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São Pedro quer virar capital da aventura
Por Heloísa Cestari
Enviada pelo Diário a São Pedro
23/06/2004 | 18:18
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Quando se fala na cidade de São Pedro, a cerca de 200 km da capital paulista, sempre tem alguém que confunde seus atrativos com os da vizinha Águas de São Pedro, cujas águas sulfurosas (alto teor de enxofre) são indicadas ao tratamento de doenças de pele, diabetes, alergias, reumatismos e outra infinidade de males físicos. Mas tudo não passa de um grande equívoco nominativo. Ao contrário do balneário de fontes radioativas, o que se vê em São Pedro são jovens esbanjando saúde à procura de cachoeiras, grutas e corredeiras que lhes proporcionem bons momentos de adrenalina em contato com o eterno verde das propriedades. Não à toa, a Secretaria de Turismo da cidade tem se empenhado para transformar São Pedro numa Capital da Aventura.

A maior parte das quedas d’água ficam no alto da serra, próximas às divisas com os municípios de Itirapina, Torrinha, Charqueada e Brotas. Embora quase todas as cascatas estejam dentro de propriedades particulares, as visitas costumam ser liberadas mediante o pagamento de taxas, que costumam ficar em torno de R$ 5.

Mas também há fazendas que permitem visitar cascatas gratuitamente, e até na companhia de guias. É o caso do sítio Cachoeira da Furna, onde uma árvore petrificada indica a chegada da trilha que conduz à maior queda d’água da região, com nada menos que 154 m de altura – verdadeiro deleite para os amantes de rapel e canyoning. Além dela, a propriedade também oferece caminhadas até a Caverna dos Morcegos (que, como o nome indica, abriga morcegos herbívoros gigantes), cavalgadas, arvorismo com tirolesa para crianças, pesque-solte e um dos mais charmosos restaurantes de comida caseira da cidade, com doces e pratos mineiros feitos no fogão a lenha para o almoço, e café colonial à noite.

Receita semelhante é adotada pela Pousada Fazenda Palmeiras, que faz feijoada no inverno e aipim no fogo de chão aos fins de semana (a refeição custa R$ 12). A trilha para a cachoeira é gratuita, e ainda pode-se praticar escalada, rapel em um paredão com 65 m de altura, cavalgada e passeios de jipe. O que mais chama a atenção, no entanto, é o valor histórico da propriedade: antiga fazenda de café, o local abriga uma Casa de Máquina com uma tulha do início do século XIX.

Vizinha à Palmeiras está a cachoeira do Saltão, que esbanja imponência no alto dos seus 75 m de queda. Mas tanta beleza só serve mesmo é para fotografar porque a força da água torna o banho perigoso, e pode causar certa frustração a quem se dispôs a pagar R$ 5 para encarar a trilha estreita, íngreme e coberta de pedras soltas que parecem fazer questão de ver os pés perderem o equilíbrio e deslizarem sobre os pedriscos.

Por isso, para quem busca o refresco de um banho depois da caminhada, as melhores opções são as cachoeiras Dorigon, Escorregador e do Astor. A primeira é a que apresenta o mais fácil acesso: são apenas 200 m em passarela cimentada, com degraus de pedra e até corrimão. O hotel Cascata Dorigon cobra R$ 5 por visitante e ainda mantém uma curiosa criação de avestruzes próximo à trilha. Já a Escorregador é a mais indicada para quem busca diversão: por R$ 7, o visitante pode passar o dia brincando de escorregar nas pedras e corredeiras do rio. O sítio ainda oferece camping, pousada e tirolesa.

As quedas do Astor também são outro convite irrecusável ao banho, com a água formando um imenso lago de areia no fundo, próprio para natação. Para chegar às duas quedas principais – uma com 28 m e outra com 50 m de altura – é preciso percorrer uma trilha íngreme, com 67 degraus largos e corrimão de cabos de aço em meio à mata nativa repleta de seriemas, tucanos, quatis e outros bichos.

E ainda tem a cachoeira do Dinossauro, com 80 m de queda encravada bem no topo da serra, a 600 m de altitude. Com acesso a pé a partir do Rancho do Vicentão, a cascata e sua vegetação formam, na montanha, o desenho de um dinossauro quando vistas de longe.

A jornalista viajou a convite do Hotel Fazenda Fonte Colina Verde




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