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Embaixada pede ao Paraguai que intensifique buscas por irmãos
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
18/06/2004 | 21:39
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A Embaixada do Brasil no Paraguai vai pedir ao alto comando da Polícia Nacional do país que intensifique as buscas pelos irmãos G., 10 anos, e A.R.B., 6, que teriam sido seqüestrados em São Bernardo pelo pai, Eri Daniel Rojas Villalba, no dia 4 de fevereiro. A expectativa é que até o final da semana sejam encontradas pistas concretas do paradeiro das crianças, cuja guarda cabe à mãe, a pastora metodista Genilma Boehler.

O adido policial federal do Brasil no Paraguai, Anísio Vieira, tem reunião marcada com comandante general da Polícia Nacional, Humberto Nunes, na segunda-feira. Investigações preliminares feitas por Vieira indicaram que os garotos estavam sob a guarda do tio, Marildo Rojas, subcomissário da polícia, em Fernando de la Mora, cidade localizada na região metropolitana de Assunção, a capital do país. “É possível que o fato de o tio ser policial esteja comprometendo as buscas. Queremos eliminar essa possibilidade na conversa com o alto comando, para impedir que haja coorporativismo na ação”, disse Vieira.

De acordo com o policial federal brasileiro, Marildo Rojas teria confessado que os sobrinhos estavam em seu poder antes de a justiça paraguaia conceder o mandado de busca e apreensão das crianças. Depois disso, ele os teria levado para outro lugar, que, segundo Vieira, a polícia paraguaia ainda não conseguiu localizar. “A Interpol paraguaia entrou em contato com ele, mas o homem se recusa a dar qualquer informação. Diz que é assunto de família e que é um problema do irmão. A esperança é que o alto comando convoque Marildo para esclarecimentos, já que ele compõe os quadros da polícia”, afirmou.

O pai dos garotos continua desaparecido. Para Vieira, o caso não deve se prolongar por muito tempo, porque a família de Rojas é de poucos recursos e não poderá manter por muito tempo a fuga de Eri Daniel nem o esconderijo das crianças. “Eles não têm posses, e expressão política alguma. E Marildo não tem grande influência na polícia, porque a patente é baixa. No máximo, ele pode estar dificultando a ação”, disse.

Ele acrescentou que existe empenho diplomático de ambas as partes para resolver a questão. “A corte paraguaia acolheu a carta rogatória assim que ela chegou ao país. Foi mais rápido do que esperávamos”.

Espera– A mãe dos meninos, Genilma, está há 137 dias sem falar com os filhos. As únicas notícias que teve foi a dos e-mails que recebeu de um amigo do ex-marido, garantindo que eles estavam “bem” e “felizes” longe do Brasil. Ela está no Paraguai desde o início do mês, acompanhando a busca. “Não pretendo voltar sem meus filhos. Mas o processo é lento, e sempre voltamos ao ponto zero”, afirmou ao Diário, por telefone, de Assunção.

O ex-marido de Genilma teria fugido com os filhos para o Paraguai no dia 4 de fevereiro, depois de furtar o carro da ex-mulher. Ele teria cruzado a Ponte da Amizade às 17h50. No dia anterior, ela viajara a trabalho e deixara seu carro e os filhos aos cuidados de Eri Daniel, que morava no mesmo de São Bernardo, em Rudge Ramos. G.e A. estudavam no colégio Metodista. Genilma é coordenadora da Pastoral Universitária da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo). Segundo ela, o ex-marido teria levado as crianças para forçar uma reconciliação. O casal está separado judicialmente desde 2001 e Genilma tem a guarda definitiva dos filhos, o que impediria que eles fossem retirados do país sem autorização da mãe.




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