Cultura & Lazer Titulo Cinema
Sétima arte em 200 páginas

Obra de Celso Sabadin traça história do cinema mundial

Por Daniela Pegoraro
31/05/2018 | 07:00
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Reprodução


“Dizem as enciclopédias que o cinema foi inventado pelos irmãos Lumière em 28 de dezembro de 1895, mas a rigor não é possível determinar um dia exato, nem mesmo uma única paternidade para essa invenção.” A frase mostra como o crítico cinematográfico Celso Sabadin desbrava a trajetória da sétima arte desde os seus primórdios em A História do Cinema Para Quem Tem Pressa (Editora Valentina), com versão física (R$ 34,90, em média) e em e-book (R$ 26,90, em média). A ideia partiu do próprio autor, que se deparou com a coleção Para Quem Tem Pressa em uma livraria do aeroporto e se interessou. “Como dou aula de história do cinema, propus o tema para a editora”, relembra Sabadin em entrevista ao Diário.

Mais do que apresentar filmes a quem se interessa pela arte, a obra tem como foco a questão da contextualização histórica e política. E apresentar cerca de 120 anos de cinema em apenas 200 páginas foi um desafio. “Me senti como se estivesse dando uma festa: queria convidar a todos, mas não dava. Procurei priorizar o processo pelo qual a sétima arte passou e o que foi essencial quando falamos do cinema mundial ”, conta o autor. No livro, fases importantes são trazidas ao leitor, como o expressionismo alemão e francês, o neorrealismo italiano, a história do cinema brasileiro, das animações e da contracultura.

Inclusive, como um dos marcos que não podiam ser deixados de lado, está a Companhia Cinematográfica Vera Cruz. Fundada em 1949, em São Bernardo, foi responsável pela produção de grandes filmes do cinema no Brasil, como O Cangaceiro (1953), que, dirigido por Lima Barreto, foi vencedor de melhor filme de aventura no Festival de Cannes.

“Vera Cruz foi a experiência certa, mas que veio no momento errado. Pela concorrência com a televisão na época, os grandes estúdios estavam fechando suas portas”, explica Sabadin. Como produtora, suas atividades se encerraram em 1954. Hoje, a empresa ainda atua como detentora e administradora de seu acervo cinematográfico.

O autor ainda acrescenta que o cinema, apesar de ser uma arte com história recente, tem muito assunto a ser abordado. “Todo dia a gente descobre coisas novas. Na pesquisa para o livro, por exemplo, aprendi sobre os mecanismos de produção da Nigéria e a distribuição do cinema na China”, revela. Além disso, Sabadin tem projetos que guarda para o futuro, como um livro finalizado sobre os filmes de Mazzaropi e a possibilidade de escrever mais a fundo sobre o cinema brasileiro.

Quanto à ‘pressa’ em que a sociedade vive hoje, o autor explica que existe impacto sobre a sétima arte. “Não é que as pessoas deixaram de ver filmes, mas estão optando por assisti-los em casa. É uma pena, porque ir ao cinema não é apenas sobre ver um longa em tela grande, mas sim um ato a ser feito comunitariamente”, conclui Sabadin.




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