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Tensos, ministros tentam mostrar serviço
25/11/2004 | 00:05
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Em cada instante à beira de um ataque de nervos e cientes de que até o dia 9 alguns terão de entregar os cargos para abrigar aliados que chegam para reforçar a base de apoio do governo no Congresso, os ministros começaram a precaver-se da degola com um reforço na agenda. Cada um teve um dia mais cheio de trabalho do que o outro.

O ministro da Saúde, Humberto Costa, um dos que podem estar fora, amanheceu o dia num café da manhã com parlamentares do Nordeste, dos quais procurou saber o que o ministério poderia ajudar nos Estados de cada um. Em seguida, ele correu para o ministério, para divulgar uma pesquisa que mostra o nível de conhecimento e atitudes dos brasileiros sobre o vírus HIV e a Aids.

Depois, Costa participou da inauguração do laço vermelho, de 11 metros de altura, no gramado do Congresso, em comemoração ao Dia Mundial de Luta Contra Aids. Chamou para prestigiá-lo os presidentes da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP).

O ministro de Cidades, Olívio Dutra, outro que poderá entregar o cargo, abriu juntamente com o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, um seminário sobre política nacional de desenvolvimento urbano. Desde que começou a ver o nome nas listas de prováveis demitidos, Olívio começou a se mexer. No fim da semana, ele divulgou mais uma vez documento entregue no início do semestre aos participantes do Fórum Mundial das Cidades, em Barcelona.

O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, que não está ameaçado de demissão, também tomou os cuidados. Anunciou no Rio os resultados de uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com 836 empresários do setor de turismo em todo o país e lançou o programa 'Arca Tropical', que vai levar de navio para a França em 2005 um pouco da cultura do Brasil. O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, que e não deve figurar na lista dos demitidos, também mostrou trabalho. Às 8h, ele estava de pé para tratar do orçamento do ministério. Falou sobre questões nucleares – assunto tido como tabu – e encerrou a noite com jovens cientistas.

Até o ministro da Cultura, Gilberto Gil, que costuma dizer que não está ameaçado, teve o cuidado de mostrar o quanto trabalha. Durante a tarde desta quarta-feira, ele reuniu-se com o chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República, Luiz Gushiken, no Palácio do Planalto.




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