Mesmo depois de o ex-prefeito de Diadema José de Filippi Júnior (PT) ter anunciado para a cúpula do partido que não será candidato, o vereador José Antônio da Silva (PT) disse que insistirá para que o ex-gestor lidere o projeto de oposição à sucessão do prefeito Lauro Michels (PV). Para o parlamentar, que descartou voltar a brigar por candidatura, ainda há “expectativa” de que Filippi possa disputar o Paço.

Na contramão do petista, o deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), revelou ao Diário no mês passado que, se o ex-prefeito resistisse em assumir candidatura, daria apoio irrestrito ao vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), único que não desistiu de concorrer ao páreo. “Eu não tenho interesse em retomar a discussão de ser candidato a prefeito, serei candidato a vereador. Mas ainda acredito que o Filippi possa ser candidato”, explicou o parlamentar, ao citar a saída do ex-prefeito do comando da Secretaria de Saúde do governo do prefeito da Capital, Fernando Haddad (PT), em agosto, como “sinal” de que Filippi cogitou voltar a disputar a Prefeitura.

Em meio às incertezas sobre Filippi ser ou não candidato, Zé Antônio e Vicentinho desistiram, em fevereiro, de candidatura ao Paço e anunciaram apoio ao ex-prefeito. A estratégia era acenar para que lideranças externas do PT convencessem Filippi em concorrer à eleição. Na terça-feira, porém, o ex-prefeito se reuniu com a executiva do PT e com a bancada da sigla – a maioria apoiadora de Maninho – e informou que não será prefeiturável. O ex-prefeito, porém, não teria explicitado apoio ao nome de Maninho. No dia seguinte, o presidente do PT diademense, o ex-prefeito Mário Reali, declarou ser “zero” a chance de Filippi vir candidato. Petistas acreditam que Filippi deva se posicionar de forma mais contundente em reunião do diretório na terça-feira, quando toda a militância estará presente no encontro.

No que depender de Vicentinho, a investida de Zé Antônio será isolada. Em março, um dia depois de o ex-prefeito ter sido levado coercitivamente para depor à PF (Polícia Federal), no âmbito da Operação Lava Jato, o deputado cravou apoio a Maninho caso Filippi não quisesse ser candidato. Vicentinho, porém, vinha sendo apoiado pela ala de Articulação de Esquerda do partido, que tem declinado em apoiar Maninho e insistido internamente pelo nome do ex-prefeito.

Oficialmente, o PT tem entre julho e agosto para oficializar, em convenção, o nome do prefeiturável. O partido quer bater o martelo até o fim deste mês.