O repórter-fotográfico Beltran Asêncio morreu ontem, aos 88 anos, em São Bernardo. Era o principal colaborador da página Memória, do Diário. E o será por muito tempo mais já que, por sua generosidade, legou praticamente toda a sua obra fotográfica, iniciada com a cobertura que fez da Procissão dos Carroceiros, no dia 7 de setembro de 1949, quando começava a carreira no Foto Estúdio Amaro, do amigo e seu mestre, o fotógrafo Antenor Corradi.

Beltran Asêncio foi também o fotógrafo de Lauro Gomes de Almeida, que foi prefeito duas vezes de São Bernardo, uma de Santo André, deputado estadual e deputado federal. Beltran fez a foto de Lauro quando este foi recebido gloriosamente no Cine Anchieta, em 1º de outubro de 1951, duas semanas antes das eleições municipais que mudaram para sempre o destino de São Bernardo. E Beltran cobriu, em 1964, os funerais do próprio Lauro, agora como prefeito de Santo André.

Antes, muito antes de colaborar com Memória, Beltran já colaborava com o Grupo Diário do Grande ABC. Várias fotos suas, de coberturas em São Bernardo foram publicadas ainda na fase do semanário News Seller e pelas décadas afora.

Beltran tornou-se amigo pessoal do jornalista Fausto Polesi, um dos fundadores do Diário e seu primeiro diretor de Redação e editor-chefe. Em encontro reservado de Polesi com Pelé, Beltran foi convidado a fotografar os dois, na Capital, para o acervo pessoal do primeiro. Beltran orgulhava-se muito daquele trabalho.

O corpo será sepultado hoje, às 10h30, no Cemitério de Vila Euclides, onde era velado desde ontem. Filho de Alberto Asêncio e de Carmem Remateiro, Beltran deixou a mulher, Anna Magnani Asêncio, os filhos Beatriz e Eduardo e netos.