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Após aventar chance de mudança no ano passado, Grana desiste de trocar Oswana Fameli do PRP

Prefeito de Sto.André alega que momento conturbado foi superado

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
22/06/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), desistiu da articulação que estava em construção para tirar a vice Oswana Fameli do PRP. O petista iniciou as tratativas depois que a número dois do Paço enfrentou saia justa diante da postura da direção nacional do partido em firmar acordo por apoio ao projeto de oposição à gestão de Dilma Rousseff (PT) na eleição presidencial de outubro. Na ocasião, a cúpula fechou parceria com o PSB, de Eduardo Campos – morto em agosto – e, posteriormente, Marina Silva. “Diria que essa possibilidade de saída está completamente descartada. Vejo que a questão do desgaste (da vice) com o PRP foi superada.”

Grana sustentou que o momento conturbado ficou no passado – no período de diálogo, Oswana foi sondada por PSD, PR e, principalmente, o PDT, sigla da qual fez parte por cerca de sete anos e hoje potencial agremiação a integrar o arco de aliança do PT. Segundo o chefe do Executivo, que ficou responsável pelas negociações durante mais de quatro meses, a avaliação é que neste momento não há motivos para estender conversas sobre movimentação de legenda. “Para nós, é melhor que ela continue no PRP, no qual ela se sente bastante confortável. Existe vontade da nossa parte e do partido, além de harmonia nas discussões (entre as partes)”, considerou.

A situação criou imbróglio, à época. Contrariando o posicionamento do PRP, em julho, Oswana declarou adesão e voto à candidatura de reeleição de Dilma. Ao falar de sintonia com o prefeito, a vice admitiu que a relação ficou estremecida na oportunidade, só que, atualmente, o problema está contornado na cidade. “Tivemos desgaste em 2014. O fato de o partido apoiar outro projeto que não era o mesmo da municipal gerou conflito. Acabei me indispondo internamente. Precisei de jogo de cintura, mas avalei que precisava estar junto de quem me apoia”, disse, ao frisar que ainda precisa conversar com a instância nacional. “Não tenho interesse em mexer em nada.”

Com a permanência da número dois na sigla, Grana tem defendido publicamente a manutenção da dobrada vencedora de 2012, embora eventual substituição de nomes na chapa majoritária para a eleição do ano que vem não esteja totalmente fora de cogitação, principalmente após o momento de fragilidade petista no âmbito nacional. A cúpula do governo já chegou a sondar alguns quadros. Oswana não acredita em alteração e falou que ainda vê equilíbrio na dupla, confiando que pode agregar no projeto. “Tenho perfil diferencial, de formação e origem. Creio nesta parceria.”

Presidente do PRP local, José Evangelista analisou que o grupo hoje encontra-se mais forte do que no pleito anterior, projetando votação de pelo menos 40 mil votos na legenda – em 2012, foram 19 mil. “Isso também tem peso significativo.”  




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