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Reinaldo Meira bate boca com funcionários do HM

Troca de ofensas é registrada no PS do hospital em Diadema; Câmara recebe ofício contra o vereador

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
03/06/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O vereador governista de Diadema Reinaldo Meira (PR) bateu boca com funcionários do Hospital Municipal, localizado no bairro Piraporinha, no sábado de manhã. Servidores acusam o parlamentar de abuso de autoridade ao tentar furar fila do atendimento do PS (Pronto-Socorro) do equipamento, enquanto Meira diz que servidores o rotularam de vereador “que vendeu a Saúde de Diadema”, em referência ao voto favorável à aprovação da terceirização da gestão das unidades públicas.

Meira foi ao HM às 7h30 do sábado, segundo ele, para verificar o andamento dos exames de tomografia, uma vez que morador de seu bairro havia sofrido acidente de moto e aguardava muito tempo para ser atendido. Uma hora depois foi registrada a gritaria no PS do hospital.

Enfermeiros afirmaram que Meira tentava usar seu cargo de vereador para fazer com que o munícipe fosse atendido primeiro. Um dos funcionários relatou que questionou a presença do republicano no local e que foi recebido a gritos pelo parlamentar. “Fico aqui o tempo que quiser e por tantas horas que eu quiser”, teria dito o vereador, com dedo em riste.

O tom alterado de voz de servidores e do vereador fez com que outros trabalhadores fossem ao local. Tumulto se instalou, com gritos de ambas as partes e troca de ofensas. Ainda de acordo com relato de funcionários, Meira chamou enfermeiros de “incompetentes” e que “precisariam ir trabalhar”.

O bate-boca durou por volta de meia hora, já fora do PS do HM e a presença de guardas-civis municipais.

De acordo com o vereador, os gritos partiram inicialmente dos servidores do Hospital Municipal. “Não fui furar fila de nada. Estavam nervosos e com tom alterado de voz. De repente começaram a me hostilizar nos corredores do hospital. Desafiaram uma autoridade e me chamaram de vendido”, rebateu, garantindo que respeitou normalmente o atendimento de 25 pacientes que estavam à frente de seu amigo.

Meira votou a favor da terceirização da gestão da Saúde, em contratação por meio de OSs (Organizações Sociais). A votação, duas semana atrás, foi tumultuada na Câmara de Diadema, com quebra-quebra e confronto entre servidores militantes do Sindema e a GCM (Guarda Civil Municipal). O sindicato alega que, além de reduzir postos de trabalho concursados, a admissão da OS tende a prejudicar o caixa do Ipred (Instituto de Previdência do Servidor Municipal de Diadema), já que a contribuição não vai aos cofres da autarquia municipal. Já o governo de Lauro Michels (PV) diz que a terceirização é a melhor alternativa para melhorar os atendimentos sem comprometer as contas públicas.

“Houve clara perseguição porque uma das funcionárias é filiada ao partido político de oposição na cidade (o PT). Eles (petista) não aceitam que perderam a eleição (em 2012, para Lauro), essa ficha ainda não caiu”, acusou o vereador.

O situacionista defendeu sua votação, dizendo ser “a única alternativa para amenizar a crise da Saúde”. “Eles já terceirizaram a gestão em Diadema faz tempo, com a contratação da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, que atua em algumas repartições públicas) e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).”

Funcionários oficiaram a Câmara de Diadema sobre o ocorrido e devem registrar hoje BO (Boletim de Ocorrência) contra o vereador. Meira, por sua vez, também prometeu registrar ofício no HM como vítima no caso e também quer formular um BO contra os servidores.




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