Política Titulo São Bernardo
Servidores recusam nova proposta e greve iguala marca histórica

Em S.Bernardo, funcionalismo rejeita acordo, paralisação completa 21 dias e atinge período recorde registrado da gestão Maurício Soares de 1997 a 2000

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
02/06/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A greve dos servidores públicos de São Bernardo chegou hoje ao 21º dia e igualou marca histórica na cidade, registrada na gestão de Maurício Soares (PT), entre 1997 e 2000.

A continuidade da paralisação foi oficializada ontem, após a categoria rejeitar plano proposto pelo governo do prefeito Luiz Marinho (PT), que previa pagamento de abono em duas vezes – R$ 1.550 em junho e R$ 310 em dezembro –, em substituição à reivindicação de reajuste salarial deste ano. O índice inflacionário seria reposto no ano que vem, já contando dados do próximo exercício.

A oferta foi apresentada inicialmente aos funcionários na quinta-feira, porém, a exclusão de aposentados no plano e desconto em folha dos dias parados resultaram em rejeição imediata.

Diante da negativa, um dia depois, Marinho recuou e incluiu os inativos no benefício e sinalizou abertura de negociação sobre o período de greve. Na sexta-feira, com as considerações do Paço, o funcionalismo se dividiu ao votar sobre a proposta.

Novamente reunidos nas proximidades do Paço em assembleia liderada pelo Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), os funcionários optaram por rejeitar a propositura, desta vez alegando “falta de clareza” no texto da Prefeitura sobre condições de negociação sobre os dias parados. A proposta da administração ficou condicionada a desconto de um dia por mês, utilização do banco de horas ou compensação por meio de convocação.

“A descrição (do tema) não trouxe segurança para a categoria. Quando percebi o impasse, busquei reunião urgente com o secretário de Administração (Augusto Pereira). Mas, diante da recusa em modificar texto, a paralisação foi mantida”, relatou o presidente do Sindserv, Giovani Chagas.

O dirigente sindical salientou que o plano já havia gerado discordância entre os servidores, uma vez que, segundo ele, a inserção do abono em substituição ao índice inflacionário não foi unanimidade na classe. “A questão do abono é apenas paliativa. Para servidores que ganham mensalmente R$ 1.500 de salário chega ser interessante. Contudo, não posso dizer o mesmo para os que ganham R$ 3.000 ou mais, que, neste caso, estão brigando para a colocação do índice de forma definitiva”, descreveu Chagas.

Sem consenso, o funcionalismo volta a fazer concentração hoje, às 5h, no estacionamento da sede da Prefeitura. O objetivo, de acordo, com o presidente do Sindserv, é obter nova proposta do governo Marinho, reiterando desejo em encerrar paralisação. “Tenho esperança que haverá plano satisfatório, que contemple a grande maioria. O nosso trabalho é pelo fim da greve, mas não podemos fazer isso, sem que haja valorização do funcionário público”, assegurou.

O dirigente alfinetou o prefeito petista ao lembrar o início das paralisações nos equipamentos, no dia 13. “Entramos em greve, porque a data-base era em março e não tínhamos números quando já estávamos em maio. Então, tivemos de correr pelos nossos direitos e melhorias.”




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