Os candidatos do Psol à Presidência, Luciana Genro, e ao governo de São Paulo, Gilberto Maringoni, desembarcam em agenda sábado no Grande ABC com o alvo de “atuar sobre o desgaste do PT”, que comanda três prefeituras na região considerada berço político do petismo. Em sua maioria, os socialistas são dissidentes da legenda e usarão o discurso de que encampam o novo no páreo, trabalhando a fragilidade adversária, como o esquecimento de bandeiras tradicionais de luta dos trabalhadores.

Um dos coordenadores do encontro, o pleiteante a deputado federal Ricardo Alvarez afirmou que o ambiente regional é espaço político privilegiado para dar a largada às campanhas do partido. Na visão do ex-prefeiturável de Santo André, a região é politicamente progressista e por isso essas “falhas petistas” no poder podem criar clima favorável para mudanças. “Vamos navegar nessas águas. Até porque as manifestações populares do ano passado, com conjuntura de destaque no Grande ABC, apontaram pelo desejo de alterações na representação política”, frisou Alvarez.

Filha do atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), a ex-petista Luciana disputará o cargo pela primeira vez. Na parte da manhã, ela estará presente em caminhada, ao lado de Maringoni, no tradicional calçadão da Rua Coronel Oliveira Lima, em Santo André. Logo após o almoço, eles farão visita no terreno Matarazzo, em São Caetano. Na sequência, se deslocam para São Bernardo, onde preparam atividade na Avenida Prestes Maia, no Centro.

Advogada e ex-deputada federal (em dois mandatos, de 2003 a 2010), Luciana forma a chapa majoritária na disputa de sucessão de Dilma Rousseff (PT) com o professor Jorge Paz. A agenda prevê, principalmente, abrir os primeiros sinais de visibilidade à candidatura do Psol, reformulada às vésperas da convenção partidária. O nome da sigla era o senador Randolfe Rodrigues, que desistiu de concorrer ao posto, dando lugar a Luciana, até então vice na dobrada da frente de esquerda.

Em São Paulo, a coligação formada entre Psol e PSTU lançará a servidora pública Ana Luiza (PSTU) na corrida por vaga no Senado. Neste pleito, apenas a cadeira de Eduardo Suplicy (PT), candidato à reeleição, está em jogo. O Psol apresenta o suplente Anísio Batista, outro que confirmou presença no ato.

Também candidato a federal pelo Psol, o ex-prefeiturável de São Bernardo Aldo Santos sustentou que a sigla se colocará “como porta-voz” das ruas ao relembrar os protestos. Segundo ele, a população mostrou sinal concreto de insatisfação com o atual quadro político. “Os partidos tradicionais, como o PT, PSDB e PMDB, e suas velhas práticas simbolizam a razão daquela revolta popular, que pedia, especialmente, melhorias em extensa pauta social”, assinalou o ex-vereador.

No âmbito regional, o Psol registrou lista de 18 candidaturas na Justiça Eleitoral, sendo três em Santo André, sete em São Bernardo, duas em São Caetano, uma em Diadema, quatro em Mauá e uma em Ribeirão Pires.