O aniversário de 82 anos da Billings, terça-feira, foi marcado por movimentos em defesa da vida útil da represa. Logo pela manhã, uma passeata movimentou o Centro de Ribeirão Pires. A população foi convocada para participar do abaixo-assinado promovido pelo Diário e respondeu de forma positiva: mais de 3 mil nomes foram colhidos. No total, a campanha Salve a Billings! contou com a ajuda de mais de 63 mil pessoas.

Os organizadores, ligados ao MDV (Movimento de Defesa da Vida), prometem continuar o trabalho de alerta junto a moradores da região, principalmente os que vivem em áreas de manancial. Hoje, o alvo são os estudantes, de escolas públicas e particulares.

O objetivo dos ambientalistas, agora, é obter uma legislação que contemple todas as necessidades da represa. “O governo diz que vai terminar a minuta da lei Billings em 22 de abril. Consideramos esse tempo muito curto e, por isso, temos de acompanhar de perto toda a preparação. O Estado deve saber das carências da represa”, diz o presidente do MDV, Virgílio Farias.

Apesar de jovens, as colegas Rosani Fonseca, 16 anos, Aline Grizante, 14, e Bianca de Andrade, 15, já se mostram preocupadas com a questão ambiental. “A direção da escola liberou as pessoas que queriam participar do manifesto e nós resolvemos vir. Precisamos protestas contra essa poluição. É importante reclamar”, diz Rosani.

Em São Bernardo, a conscientização popular também liderou a lista de atividades realizadas em prol da Billings. No bairro Jardim Canaã, crianças do Ensino Fundamental aprenderam na prática o valor da represa depois de participarem de uma ação de plantio de árvores. A coordenadora e líder comunitária, Maria do Carmo Pereira da Silva, formou uma patrulha mirim ambiental.

“Trabalhamos o tema da ecologia todos os fins de semana e, hoje (terça-feira), em especial, convocamos as crianças para plantar mudas da Mata Atlântica. É um trabalho essencial, de educação”, conta.

Os alunos mostram que já aprenderam a lição. “Você sabe quanto tempo uma garrafa pet demora para desaparecer da natureza? E um pneu? São centenas de anos. Não podemos jogar lixo em qualquer lugar, principalmente na represa. A gente precisa cuidar para poder ter água para beber em casa”, ensina Vinícius de Souza, 9 anos.