A sessao da Câmara de Sao Bernardo foi interrompida quarta-feira por manifestantes do MSTU (Movimento dos Sem-Teto Urbano). A reivindicaçao das cerca de 200 pessoas presentes ao Legislativo é a construçao de casas populares no município. Os manifestantes, que empunhavam bandeiras e cartazes de protesto, também querem que o próximo prefeito da cidade se comprometa com a questao da moradia.

Os manifestantes foram recebidos pelos vereadores no auditório, fora do plenário da Câmara. "Quero deixar o meu protesto para que o regimento interno da Câmara mude e que possamos falar no plenário", disse Márcia Aranha, integrante do movimento e moradora do bairro Assunçao.

Márcia também falou sobre a decisao do MSTU de procurar a Câmara. "O MSTU é uma entidade organizada, nao somos a favor da baderna. O que queremos é a construçao de casas populares. O prefeito nao nos atende, entao, resolvemos procurar os vereadores", disse.

O vereador petista Aldo dos Santos concordou com as reivindicaçoes. "Quero dizer que nós, da bancada do PT vamos começar a fazer um abaixo-assinado para alterar o regimento interno da Câmara porque quando vêm alguns bacanas, é permitido que eles falem no plenário."

Aldo também criticou o presidente da Casa, José Walter Tavares (PL). "Ao contrário do que o Tavares disse, acho até que por brincadeira, as pessoas nao vêm por causa de voto ou para fazer campanha, vêm por necessidade mesmo."

O vereador José Roberto de Melo (PPS), que foi secretário de Habitaçao e Meio Ambiente da atual administraçao durante seis meses, disse que fez um trabalho sério mas se exaltou quando a populaçao manifestou-se contrária a seu discurso. "Assim nao dá para falar."

Tavares encerrou a reuniao dos vereadores com os manifestantes e afirmou que o ato nao foi sério. "Vocês estao sendo usados e caminhando para o lado errado. Isso aqui é mais uma reuniao de prévia de eleiçao", disse.