Polêmica não é seu objetivo, muito menos ser contra judeus. Em poucas e contundentes páginas, Finkelstein questiona os motivos que levam a mídia e instituições governamentais dos Estados Unidos a se interessarem tanto pela exploração do genocídio de judeus ocorrido durante a Segunda Guerra como sofrimento único. Segundo o autor, a indústria do Holocausto teria começado nos Estados Unidos após a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967. Nessa ocasião, Israel, fortemente armado pelos Estados Unidos, atacou territórios árabes a pretexto de conter o terrorismo.
Dessa época em diante, surgiu o que Finkelstein chama de “O Holocausto”: uma indústria que trata o grupo étnico econômica e politicamente mais bem-sucedido dos Estados Unidos como vítima para conseguir verbas, autopromoção e imunidade crítica. Por outro lado, essa indústria vê Israel, uma das maiores potências militares, como país indefeso e necessitado de ajuda, sempre vinda em forma de vista grossa dos EUA, que trata o país como aliado estratégico no Oriente Médio. Antes de 1967, o holocausto nazista era pouco comentado. Havia um “silêncio respeitoso”. “Meu pai e minha mãe, embora rememorando diariamente aquele passado até o dia da morte, no final de suas vidas perderam o interesse pelo Holocausto como espetáculo público”.
O capítulo mais contundente é A Dupla Extorsão, no qual Finkelstein analisa as indenizações. Pouco mais de mil judeus sobreviveram aos campos de concentração. No entanto, segundo o autor, milhares de indenizações são pagas, inclusive para judeus que forjam um passado para ter acesso às compensações. O Holocausto é usado para chantagem contra bancos suíços, que guardaram ouro judeu a pedido dos nazistas, contra indústrias alemãs e países da Europa Oriental; todos ameaçados de bloqueio comercial. O efeito colateral é o crescente anti-semitismo nessas regiões.
Um dos artífices dessa indústria do Holocausto, para Finkelstein, é o prêmio Nobel da Paz de 1986 Elie Wiesel, judeu romeno, 73 anos, sobrevivente de Auschwitz, cidadão norte-americano. As palavras de Wiesel sobre o Holocausto como um fato único sem comparações no mundo passaram a valer após 1967 como dogma. Autor de livros sobre o tema, incentivou a construção do Museu do Holocausto em Nova York, um dos sete do país, faz parte da Comissão Presidencial do Holocausto, e vive aparecendo na Casa Branca. Finkelstein o considera “bufão” e “charlatão”.
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