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Sem proposta de Lauro, Sindema ameaça greve

Categoria faz protesto na Câmara de Diadema e espera oferta de reajuste na reunião do dia 18

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
25/10/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Há sete meses sem receber aumento, os funcionários públicos de Diadema ameaçaram entrar em greve se o governo do prefeito Lauro Michels (PV) não apresentar proposta de reajuste na próxima reunião de negociação, que ocorrerá no dia 18.

Durante a sessão de ontem, na Câmara, a categoria protestou contra o que chamou de “arrocho salarial” e cobrou a reposição da inflação aos salários do funcionalismo. “Se não tiver proposta no dia 18 a gente vai marcar assembleia e entrar em greve”, ameaçou o presidente do Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema), José Aparecido da Silva, o Neno.

No dia 4, os servidores aprovaram estado de greve depois que o governo Lauro propôs aumento zero aos servidores. A chefe de Gabinete do Paço e também primeira-dama, Caroline Rocha, alegou não ser possível conceder reajuste porque as despesas com pessoal ultrapassaram o limite prudencial, de 51,3% da receita, estabelecido pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), com esse tipo de gasto. O Sindema, por sua vez, sustenta que a gestão deve se ater ao limite máximo, de 54%, como prevê a Constituição.

Segundo o sindicato, o acumulado da inflação do período de março (mês da data base do funcionalismo) do ano passado a fevereiro deste ano, apurado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), é de 3,65%.

O protesto do Sindema no Legislativo causou reação da base governista. O vereador Márcio Júnior (PV) disse concordar com a reivindicação, mas ponderou para “as condições financeiras do município”. “Não tem sido fácil”, afirmou. Em abril, porém, a Câmara concedeu 4,58% de aumento para os funcionários do Legislativo e, de quebra, elevou em quase R$ 500 os salários dos próprios parlamentares (passaram de R$ 10.441,81 para R$ 10.920,04 ao mês).

Apesar de ameaçar entrar em greve, o Sindema trata o debate com cautela, já que a entidade, assim como demais sindicatos, também passa por crise de representatividade. Em 2017, o governo Lauro não concedeu aumento ao funcionalismo, mas não houve paralisação geral. Naquela ocasião, a categoria se mobilizou para pressionar, com sucesso, os vereadores a derrubarem proposta de Lauro de mudar o estatuto do servidor e restringir acesso a direitos históricos.

DESGASTE
A última greve geral significativa liderada pelo Sindema ocorreu em 2011, durante intensa negociação com o governo do ex-prefeito Mário Reali (PT). Em ano pré-eleitoral, os servidores cruzaram os braços por 23 dias e a paralisação, a maior da história da cidade, foi considerada como um dos fatores que contribuíram para a derrota do petista na disputa à reeleição. 




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