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Acionar seguro nem sempre compensa
Por Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC
23/09/2007 | 07:24
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Acionar o seguro para fazer reparos no veículo nem sempre é um bom negócio, já que acarreta em 10% de desconto no bônus na renovação da apólice.

“Quando se usa seguro de qualquer natureza, você perde uma classe de bônus, que em termos numéricos é de 5%. Mas o cálculo efetivo não é esse”, explica o proprietário da CRJ Corretora de Seguros, Regime Torii.

O corretor utiliza o exemplo de um consumidor que tem bônus de 20%. “Quando o seguro vence, na renovação o desconto subiria para 25%. Mas se você aciona o seguro, em vez de subir, volta para 15%. Ou seja, você deixa de ganhar o bônus e paga mais”, afirma.

Por esse motivo, no caso de consertos em veículos de terceiros – que o seguro paga sem a cobrança da franquia –, só é vantajoso acionar o serviço se o valor do reparo for acima de R$ 200.

Em relação à franquia, o pagamento só compensa se o valor do conserto for bem mais alto. “Se a franquia é de R$ 1.000 e o conserto de R$ 1.100, não compensa acionar, porque no fim você irá perder R$ 200”, avalia.

Usados - Seguros para carros com mais de cinco anos de uso têm taxas mais elevadas que as dos novos e seminovos, porque quando sofrem impacto os danos são maiores.

Por esse motivo, Regime Torii recomenda aos proprietários desse tipo de veículo que fiquem atentos ao valor real que será pago caso o seguro seja acionado. “O prejuízo que a companhia de seguros tem é maior com o carro velho.”

Vidros - Os reparos mais procurados nas oficinas são os de funilaria e pintura. Entretanto, o mercado de conserto de pára-brisas (vidros laminados) tem aumentado a tal ponto que muitas seguradoras já fazem acordo com empresas especializadas no serviço para agregar benefícios nas apólices. De acordo com o diretor comercial da Carglass, Paulo Costa, o mercado de reparação de vidros no Brasil cresce 10% ao ano.

Segundo ele, cerca de 67% dos danos nos pára-brisas do carro são reparáveis, mas o brasileiro ainda não adquiriu o hábito de procurar a assistência e acaba trocando o vidro inteiro.

Para ser possível o reparo, a fissura no pára-brisa não pode ser maior que um cartão de crédito e nem estar na área de visão do condutor.

“Uma reparação em vidro nacional vai custar de R$ 70 a R$ 100 e em vidro importado varia entre R$ 150 e 200. Entretanto, a troca do vidro nacional custa entre R$ 300 e R$ 1.200, dependendo do veículo”, observa Costa.

A Carglass é líder na execução de serviço para o mercado segurador. A empresa tem market share superior a 70%. Paulo Costa explica que o mercado brasileiro tem atraído outras empresas para o ramo. “Isso é positivo para o mercado, porque colabora para a melhoria do setor”, conclui.



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