Na entrevista de segunda-feira ao jornal britânico The Times, Duisenberg descartou uma intervençao neste momento devido ao conflito no Oriente Médio e à proximidade das eleiçoes presidenciais americanas, que acontecerao no próximo dia sete de novembro.
De suas declaraçoes deduz-se que, na ausência de um conflito e de eleiçoes nos Estados Unidos, o BCE poderia concordar, como no último dia 22 de setembro, como os Bancos Centrais de Estados Unidos e Japao, para comprar euros nos mercados e provocar a alta da moeda européia, que nasceu, em 1º de janeiro de 1999, em paridade com o dólar.
As declaraçoes do presidente do BCE provocaram, além de rumores sobre sua demissao, a queda do euro abaixo de US$ 0,85. Esta terça-feira, a moeda subiu para US$ 0,8506.
Duisenberg, que participou, como de costume, da reuniao de ministros da Economia da zona do euro, nao compareceu à entrevista coletiva à imprensa em Luxemburgo.
A Comissao Européia apoiou nesta segunda Duisenberg, enquanto o atual presidente da zona do euro, o ministro francês da Economia, Laurent Fabius, nao quis comentar o assunto, tendo deixado claro segunda-feira à noite que ``a decisao (de uma intervençao) é imprevisível e, para que seja eficaz, nao deve se prever'.
O euro se encontra em situaçao parecida a de antes da intervençao de setembro, quando os responsáveis europeus nao cansavam de repetir que ``a intervençao é uma ferramenta disponível a qualquer momento', sem citar detalhes.
Após o uso da ferramenta, o euro subiu de 0,84 para US$ 0,89, mas, em menos de um mês, voltou a cair ao antigo patamar. A recusa da Dinamarca a entrar na zona do euro (Estados da UE, à exceçao de Reino Unido, Suécia e Dinamarca), no referendo do último dia 28 de setembro, nao ajudou a recuperaçao da moeda única européia, que, a partir de 2002, será adotada em todos os campos.
O BCE interveio, no último dia cinco, para aumentar sua taxa de juros de 4,5% a 4,75% e nao prejudicar o crescimento na zona do euro.
Os responsáveis da UE continuam dizendo que o euro tem ``um valor de equilíbrio bastante maior' que o atual, como mencionou segunda-feira Fabius, e continuam lembrando a excelente situaçao econômica na zona do euro, que, este ano, levará a cifras de crescimento de 3,4% a 3,5%.
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