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MST deflagra ‘setembro vermelho’
05/09/2005 | 07:53
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O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) inicia esta semana uma nova jornada de luta pela reforma agrária, com invasões de fazendas em todo o País. Haverá ainda manifestações e atos de protesto contra a política econômica e pela reforma política, com a ocupação de agências bancárias e repartições públicas. As ações não se restringirão à quarta-feira, feriado do Dia da Independência, quando o movimento participa do Grito dos Excluídos, organizado em conjunto com a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), CUT (Central Única de Trabalhadores) e outras entidades (leia reportagem nesta página).

Está previsto um número recorde de invasões, este ano, no "setembro vermelho". O mês foi escolhido para concentrar as ações, geralmente realizadas em abril, quando os sem-terra lembram o massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás (PA), em 1996, com a morte 19 sem-terra em confronto com policiais militares. Em abril deste ano, o MST ocupou-se dos preparativos para a marcha nacional pela reforma agrária, de Goiânia a Brasília, realizada em maio, transferindo para este mês a "jornada de lutas".

Os dirigentes do movimento avaliaram que o momento é oportuno para desencadear as ações, que representarão o fim da trégua dada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as negociações que encerraram a marcha. Disposto a recuperar-se da crise política que o deixou quase imobilizado, após as denúncias do "mensalão", a administração federal se empenharia numa agenda de realizações e pode acelerar a reforma agrária. Os líderes avaliaram que as ocupações não prejudicam Lula e podem dividir a atenção da opinião pública, focada no cenário político de Brasília. A retomada das atividades de campo é vista como uma forma de unir a militância.

Reocupação – Um confronto na manhã de domingo entre 400 lavradores e o empresário Paulo Miranda, proprietário da Fazenda Berra Boi, em Glória do Goitá, a 72 quilômetros de Recife, durante tentativa de reocupação da área, deixou cinco feridos – quatro sem-terra e um funcionário da propriedade. Os lavradores são ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.

Sob o comando do líder regional do MST, Jaime Amorim, os sem-terra fizeram dois reféns, até decidirem deixar a propriedade, à tarde, sob a mediação do promotor agrário estadual Édson Guerra.




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