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No bairro Cerâmica, água brota no quintal
Por Renan Fonseca
Do Diário do Grande ABC
28/11/2010 | 07:01
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Estudo feito pela Fundação Santo André revela a existência de 17 nascentes no bairro Cerâmica, em São Caetano. A maioria já foi aterrada ou canalizada, mas três ainda resistem ao tempo e são usadas pelos moradores. O levantamento, conduzido pela professora do curso de Biologia Dagmar Santos Roveratti apontou também contaminação nos veios d'água. O projeto teve inicio em janeiro e pretende, a partir do próximo ano, identificar as fontes poluidoras.

Dagmar é moradora no bairro há mais de 30 anos e no quintal de casa existia um olho d'água. "Quando compramos o imóvel, o antigo proprietário nos alertou sobre a nascente", contou a especialista. Na época, a característica da região era charco - solo mais úmido e barroso. "Mas a cidade foi crescendo e muitas nascentes foram soterradas pelo asfalto e construções", explicou Dagmar.

A descoberta lança análise diferente sobre o município, com grande adensamento populacional e com poucos terrenos livres. "As pessoas não têm conhecimento sobre as nascentes pois são difíceis de serem percebidas. Por isso, é importante passar noções de preservação e destinação dessa água", explicou a professora.

A docente pretende estender o estudo para toda cidade. A expectativa é de que existam mais nascentes escondidas ou que ainda jorram água. Pelo bairro, é difícil encontrar moradores que conheçam os olhos d'água. Apenas os mais antigos têm histórias de vizinhos que preservavam os veios.

A aposentada Ana Lucia Tozzato, 60 anos, lembrou da vizinha que usava a água que saía da terra para cozinhar e limpar o quintal. "Mas isso foi há muito tempo. Acho que os moradores mais novos tiveram que aterrar a nascente", comentou.

 

ESCORRRE PELA RUA

Uma das calçadas da extensa Rua Teodoro Sampaio sempre está molhada. Por ali escorre uma antiga nascente. Sobre ela, foi erguida a quadra poliesportiva Del Nice Aparecida da Fonseca Oliveira.

O representante comercial Mario Euclides Santos da Silva, 58 anos, recordou que antes da quadra existia uma fonte, alimentada pela mina natural. "E agora a nascente corre pela rua. O volume vem diminuindo com o tempo", observou.




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