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Transporte sofre atos de sabotagem no pós-balsa, em São Bernardo

Cabos que tracionam embarcação são rompidos
e ônibus é depredado por restrição a caminhões

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
19/09/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 O cerco fechado pela Prefeitura de São Bernardo ao transporte de materiais para a construção civil no pós-balsa, na região do Riacho Grande, para impedir a devastação da mata e construção de moradias irregulares tem causado revolta na população do bairro Taquacetuba, que ontem sabotou o transporte público na área com atos de vandalismo. Ação de parte dos moradores paralisou temporariamente a Balsa Taquacetuba – a segunda instalada na área –, com o corte de cabos que tracionam a embarcação (leia mais ao lado). Sem o transporte e indignados com a situação, por volta das 7h, munícipes depredaram ônibus que faz a Linha 41 São Bernardo/Taquacetuba. Segundo a Prefeitura, nove linhas atendem àquela região e, quando um dos veículos tem problemas, é feito remanejamento.

“O veículo foi para a perícia na Polícia Científica, para laudo que inclui verificação de impressão digital para identificação dos responsáveis”, informou a administração municipal, que registrou boletim de ocorrência no 4º Distrito Policial (Riacho Grande). Após isso, o ônibus irá para manutenção para, em breve, voltar à circulação.

Caminhoneiros afirmam que, sem a possibilidade de usar a balsa, levam mais de duas horas para chegar ao destino por caminho alternativo. Antes, faziam em cinco minutos.

Morador do bairro e comerciante, Carlos Alberto Soto, 53 anos, usa caminhão para a venda de frutas, legumes e verduras à clientela da Ilha do Bororé, já na Capital, e teve de mudar a rotina após a restrição à circulação de caminhões. “Saía de casa às 8h e às 8h40 já estava no destino. Agora, saio antes das 6h para atravessar pela Estrada da Barragem e gasto duas horas e meia”, conta.

A mudança de horário, no entanto, não é o maior problema. “Volto do trabalho à noite e a estrada não tem iluminação, há muito perigo de assalto. Estou indo porque não posso deixar de trabalhar e tenho compromisso com meus clientes, mas a despesa é bem maior, pois, além do combustível, tem a manutenção do caminhão, já que a estrada é ruim demais. Já calculei gasto de R$ 100 a mais”, completa.

Os obstáculos colocados para interpor a passagem dos caminhões já foram destruídos ao menos duas vezes, segundo o presidente da Sociedade Amigos de Bairro Taquacetuba, Edivaldo Ferreira de Andrade, que é comerciante e também sente os prejuízos, já que não consegue receber mercadorias que chegam pela balsa. “E se a pessoa comprar um móvel, vai chegar como, se caminhão não pode passar?”

A dona de casa Rosane de Lima Mariano Galuccio, 37, diz entender a situação, mas com ressalvas. “Uma parte até entendo, de tentar minimizar a invasão em área de manancial, mas por outro lado está impedindo o direito de ir e vir de pessoas que têm o caminhão como meio de vida.”

 

Balsa tem cabos cortados duas noites seguidas em atos de vandalismo

A Balsa Taquacetuba, que faz o trajeto entre São Bernardo e a Ilha do Bororé, na Capital, foi alvo de vandalismo como forma de retaliação da população à restrição da circulação de caminhões. Na noite de sábado, os cabos que tracionam a embarcação foram cortados. Logo após o ato, a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) mobilizou uma equipe de manutenção que reparou o cabo e colocou a balsa em operação.

O fato, porém, se repetiu na madrugada de ontem, quando o corte provocou a inutilização do cabo de tracionamento, impossibilitando sua recuperação. Assim, um novo cabo foi adquirido para que a embarcação voltasse novamente a operar, o que só foi possível no início da tarde, quando a equipe de manutenção concluiu o serviço de reparo. O caso foi registrado no 4º Distrito Policial (Riacho Grande).

A Balsa Taquacetuba opera 24 horas por dia, gratuitamente, e tem capacidade para transportar 12 veículos leves e 180 pedestres.




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