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Família Franco quer voltar ao cenário de Rio Grande da Serra
Por Felipe Siqueira
Especial para o Diário
09/09/2017 | 07:00
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Nome tradicional na política de Rio Grande da Serra, a família Franco, que conseguiu eleger dois prefeitos – Cido Franco e Danilo Franco – em um período de dez anos, quer voltar ao cenário da cidade. Agora, com a filha de Cido e irmã de Danilo, Dayana Franco.

Depois das mortes de seu pai e irmão, respectivamente em 1997 e em 2001, Dayana, que hoje está com 36 anos, mudou-se de Estado. Foi para o Tocantins para poder se especializar em funções voltadas à área da Saúde. Dayana chegou a lecionar na Universidade Federal do Tocantins e, atualmente, diz que sua linha de trabalho está focada em políticas públicas voltadas para a Saúde.

“Eu fiquei durante dez anos no Estado do Tocantins. Eu me formei aqui na UniABC, em Enfermagem. Tinha interesse em trabalhar com Saúde pública. (Minha experiência) Foi maravilhosa, construí uma carreira lá, mas minha família ficou (em Rio Grande da Serra). Mãe, sobrinha, enfim”, discorreu a herdeira da família Franco. “Há cinco anos estou em Rio Grande. Minha mãe (Leonarda Franco) também não esteve na política. Quando retornei (ao Grande ABC), continuei tocando meus projetos”, completou.

Dayana disse que as conversas para a volta à política da cidade ainda estão no começo. “O grupo Franco surgiu há mais de 20 anos, por amigos. São pessoas que sempre estiveram em nossas vidas. O vínculo não se perdeu. São as pessoas que ficaram (que fazem parte deste grupo político). A juventude está tomando um pouco mais a frente. (As conversas começaram) Vendo a necessidade de novas lideranças na cidade. Estamos nos reunindo para discutir mais a fundo”, detalhou Dayana.

Quanto a nomes que poderiam encabeçar chapas em futuras eleições em Rio Grande da Serra, com apoio dessas pessoas que estão junto ao clã Franco, Dayana evitou cravar o principal indicado, mas disse que se coloca à disposição para eventual candidatura no futuro. “A gente tem um propósito, que é o crescimento da cidade. O nome (para ser candidato em eleições seguintes) não existe. Eu tenho desejo de estar com o grupo, mas não necessariamente de encabeçá-lo. Porque é um grupo. Confio neles, como confiam em mim. É indiferente quem estará à frente. Nosso grupo é de famílias”, ponderou.

Dayana comentou sobre a relação desse bloco político em formação com o atual governo, do prefeito Gabriel Maranhão (PSDB). “Maranhão não teria motivo para estar neste grupo. Somos filhos da cidade. Ele não se enquadra nessas qualificações, não é filho da cidade, não vivencia. Os filhos dele não estudam na cidade. Gosto muito dele, mas ele não se enquadra na filosofia do grupo”, avalia.

Tragédias encurtaram a dinastia da família à frente do município

Eleito pela primeira vez em 1988, Cido Franco (à época no PTB) fez parte da fundação do Consórcio Intermunicipal e ficou na cadeira do Executivo de Rio Grande da Serra até 1992. Como ainda não havia reeleição no Brasil, Cido teve de esperar quatro anos para poder disputar o posto novamente.

Ele ganhou a eleição de 1996 e assumiu a vaga no ano seguinte. Era o auge da família Franco em Rio Grande da Serra. Mas a sina virou três meses após a posse.

No dia 15 de março de 1997, Cido morreu após infarto fulminante. Seu vice, José Carlos Arruda, herdou a Prefeitura e permaneceu prefeito até março de 1998, quando foi assassinado com cinco tiros.

Após essa sequência de episódios, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) convocou novas eleições para a cidade. No pleito em 1998, os eleitores do município decidiram por colocar o filho de Cido, Danilo Franco, à época com apenas 21 anos, para assumir o Paço de Rio Grande da Serra.

Mas, depois de um ano e oito meses, Danilo teve mandato cassado pela Justiça Eleitoral porque, na prática, sucedeu seu pai à frente da Prefeitura, o que é vedado pela Constituição Federal e pela Lei Eleitoral. Ramon Velásquez (PT) ficou com o posto de prefeito da cidade.

A dinastia dos Franco chegou ao fim em outro trágico acidente. Em abril de 2001, quando já estava fora da Prefeitura, Danilo bateu seu carro na Rodovia Rio-Santos, próximo a Bertioga, e não resistiu aos ferimentos. Ele tinha 24 anos.

MÃE
Leonarda Franco, mãe de Danilo e viúva de Cido Franco, se candidatou à Prefeitura de Rio Grande da Serra em 2000, quando seu filho ainda estava vivo. Mas, mesmo com o histórico político forte até então, Leonarda não consegui obter resultados expressivos nas urnas da cidade. Ela teve apenas 1.475 votos, o que representou cerca de 7,15% – à época Ramon se reelegeu.

De acordo com Dayana, a mãe ficou de fora do cenário político de Rio Grande durante o tempo em que a filha se manteve em Tocantins. Mas, segundo a herdeira da família, Leonarda tem a apoiado para retomar a tradição política dos Franco. 




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