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Itamar Assumpção ganha homenagem
Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
09/06/2005 | 09:09
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No próximo domingo (dia 12) completam-se dois anos da morte do cantor e compositor Itamar Assumpção (1949-2003). O artista recebe homenagem nesta sexta, por volta das 12h, no local onde está enterrado seu corpo, o cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo. A viúva Elizena Brigo de Assumpção e a advogada e amiga Vera Motta deixarão no cemitério uma tela com grafite de autoria de Jorge Tavares.

A tela contém o rosto sorridente de Itamar à frente de um cenário urbano. “Esse mesmo grafite já foi feito em vários pontos de São Paulo, como sob o viaduto Consolação, com variação de cores e mensagens. É um trabalho lindo e admirável”, diz Vera.

O desenho exposto no cemitério tem motivo. “Itamar não foi enterrado ali à toa. Ele está na periferia, no pé da favela, e ele sempre teve contato com essa questão da marginalidade, de estar à margem”, explica a advogada, que presta uma homenagem “singela”.

Há outras razões, que não seja o aniversário de morte, para o nome de Itamar Assumpção ser lembrado. O CD Naná Vasconcelos e Itamar Assumpção – Isso Vai dar Repercussão (de 2004) concorreu ao Prêmio Tim de Música deste ano – entregue no último dia 1º dste mês no Rio – na categoria melhor disco pop/rock, vencida por Acústico MTV – Kid Abelha.

Outra boa notícia é que, provavelmente em setembro, estará pronto o songbook Pretobrás – Quem Diria! Era Só o que Faltava. Aprovado pela Lei Rouanet, de renúncia fiscal em favor de ações culturais, o projeto trará toda a obra do artista. Segundo Vera, haverá várias participações – entre elas a de Arrigo Barnabé, com quem concebeu a ópera Colombo no País das Maravilhas –, além de conter material de memória, como fotos da carreira do compositor. A coordenação é da jornalista Monica Tarantino.

Anunciado ano passado, o songbook foi divulgado como contendo dois volumes com as letras e as cifras das canções que Itamar gravou. Acompanham textos do próprio músico e do jornalista Luiz Chagas e da poeta Alice Ruiz, entre outros. Simultaneamente saem mais produtos.

Rotulado como artista de vanguarda, Itamar surgiu na cena musical nos anos 1970 ao apresentar uma música que funde samba, reggae, funk, pop e rock. Na década seguinte gravou três discos independentes e, em 1988, lançou Intercontinental! Quem Diria! Era Só o que Faltava..., pela Continental. Fez várias parcerias e suas composições foram gravadas por Ná Ozzetti, Cássia Eller e Zélia Duncan.

Também deixou os livros de poesia Humanidade no Patrimônio Urbano no Brasil, um Olhar de Antônio Peticov e Humanidade no Patrimônio Natural no Brasil, um Olhar de Antônio Peticov.



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