Após 59 semanas sem alteração, o mercado financeiro elevou sua expectativa para o crescimento da atividade econômica do País. O resultado passou de avanço anual acumulado de 4,5% para 4,6% em 2011. Os dados foram divulgados ontem pelo BC (Banco Central). Junto à mudança, a previsão para a meta Selic pulou de 12,25% ao ano para 12,5% ao ano.

Conforme o boletim Focus do BC, que reúne as previsões do mercado financeiro e algumas companhias não financeiras, há oito semanas a expectativa para a meta Selic não era alterada de 12,25% ao ano. Este resultado tenta prever o aperto monetário do BC até o fim do ano.

No mês passado, a autarquia monetária elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, passando-a para 11,25% ao ano. O BC informou, por nota, que o objetivo era o início de processo para conter a pressão inflacionária.

Para o BC, a demanda interna está aquecida, o que proporciona risco de aumento de preços superior à normalidade. A alteração da Selic é um dos mecanismos para o governo controlar a inflação.

Com aumento da taxa básica de juros, o BC tenta encarecer o crédito no País, assim reduzir a demanda por empréstimos. Com este resultado, o consumo seria freado e resultaria em desaceleração da inflação.

No entanto, o aumento da Selic do mês passado não foi suficiente para desacelerar as expectativas do mercado financeiro.

INFLAÇÃO - Segundo o Focus, houve acréscimo em todas expectativas de inflação para o acumulado anual. O indicador oficial, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), passou de 5,53% para 5,64%, com a oitava elevação semanal consecutiva.

A média das previsões do IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) ficou em 5,96%, ante 5,85% na semana passada. O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) também ficou em 5,96%, com alta de 0,19 ponto percentual em relação à semana anterior. O IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) teve alta de 0,09 ponto percentual e atingiu 4,96% no acumulado do ano.

A expectativa de inflação para janeiro foi elevada pela quarta semana consecutiva. O mercado financeiro espera que o indicador apurado pelo IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA, suba 0,74%, ante 0,72% previsto na semana passada e 0,6% há um mês.

O IPCA-15, prévia do indicador mensal, registrou alta de 0,76% no mês passado. Mesmo com alguns itens em desaceleração, o grupo alimentos e bebidas teve maior alta do índice com 1,21%.