Impossível não ser notado! Rodar pelas ruas do Grande ABC a bordo de um Chrysler 300C é pedir para tornar-se alvo de dedos que apontam em sua direção, olhares curiosos - alguns embasbacados - de motoristas abelhudos e perguntas acompanhadas de elogios e exclamações: "caramba, que carro é esse? Bonito!"

E não dá para negar. O sedã fabricado na Áustria é chamativo mesmo. Aguça os holofotes. E por ter design totalmente único - entre outros atributos marcantes -, o 300C V6 (R$ 144,9 mil) ficou com a segunda posição.

O Chrysler reúne características dos hot rods. A começar pela grade do radiador - grande, imponente e, ao mesmo tempo, clássica, com o emblema da marca norte-americana estampada com destaque. A lateral tem linha de cintura alta e área envidraçada reduzida. As rodas de 18 polegadas ajudam a dar volume ao 300C. A traseira é simples. Não acrescenta nada ao design.

Internamente, o Chrysler oferece o maior espaço, com 5,02 m de comprimeito - 3,05 m de distância entre os eixos. Em contrapartida, tem o menor porta-malas: 442 litros.

O acabamento interno é bom. Utiliza materiais de qualidade e os encaixes não revelam folgas. Destaque negativo para as peças em resina que imitam madeira. Ponto positivo para o relógio analógico retrô no centro do painel.

O requinte é completado pela lista de equipamentos de série: ar-condicionado, direção hidráulica, banco do motorista com ajustes elétricos, controlador de velocidade, seis air bags, sensor de chuva, sensores de estacionamento (dianteiro e traseiro), regulagem elétrica da coluna de direção e sistema de som MyGig (20 Gb) com tela touch screen. Teto solar elétrico não está disponível.

DESEMPENHO - O motor 3.5 V6 24V entrega 249 cv de potência e torque de 34,7 mkgf disponível já a 3.800 rpm. Apesar de grande, o 300C V6 é ágil. Mas poderia ser mais, caso não pesasse 1.845 quilos. Um regiminho iria bem!

O câmbio de cinco velocidades - com opção de mudanças manuais - está em sintonia com o conjunto mecânico. A suspensão com acerto mais rígido garante a dirigibilidade.

RESUMINDO... - Quer pagar de magnata? Compre um 300C V6.

Accord: melhor desempenho

Quando a conversa desse comparativo caminha para desempenho e dirigibilidade, o Honda Accord EX V6 (R$ 144,5 mil) pinta como protagonista da história. São 278 cv de potência - 29 cv de diferença para o Chrysler 300C e 35 cv para o Ford Fusion. O torque, por sua vez, é o segundo maior entre os rivais: 34,6 mkgf - 0,1 mkgf a menos que o do 300C. E detalhe: o sedã produzido no México é o mais levinho, pesando 1.635 quilos.

A transmissão automática de cinco velocidades também é boa. Falta, no entanto, a opção de trocas manuais. A suspensão acertada para trabalhar de forma mais rígida deixa o carro na mão. Totalmente sob controle!

Por fora, o Honda Accord assina o atestado de carro de origem oriental. A grade dianteira é discreta, assim como o conjunto óptico. A lateral traz um vinco marcante que sai do farol dianteiro e termina na lanterna traseira. Falando em traseira, destaque para a saída dupla do escapamento, o que confere esportividade ao Accord.

INTERNAMENTE - O Honda está no meio termo entre os competidores. É o segundo em comprimento e distância entre os eixos. E tem o segundo maior porta-malas.

Assim como os demais, o acabamento é de boa qualidade. No entanto, o Accord abusa um pouco mais dos plásticos agradáveis ao toque.

Em termos de equipamento, o modelo traz a maioria do que 300C e Fusion oferecem. No entanto, não entrega, por exemplo, sensor de estacionamento traseiro - fundamental para um sedã de grande porte. E enquanto Ford e Chrysler têm sistema de mídia com tela touch screen, o Honda contenta-se com algo mais simplório e tradicional comandado por botões.

RESUMINDO... - O Accord é um excelente carro que traz no sangue a essência dos V6: desempenho mais que satisfatório. Só peca no custo-benefício