Economia Titulo Mercado financeiro
Após pânico, Bovespa já subiu 55%
Por Luciano Feltrin
Do Diário do Grande ABC
13/09/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


A sensação de que os piores efeitos da crise econômica mundial estavam a caminho chegou primeiro às Bolsas de valores. No Brasil não foi diferente. Após um ano exuberante, em que teve valorização de mais de 43% e recebeu diversas novas empresas, a Bovespa sentiu o baque.

 Entre setembro e novembro do ano passado, fase de maior nervosismo e insegurança sobre o que aconteceria na economia mundial, seu principal índice de ações recuou quase 40%.

Os estragos, no entanto, poderiam ter sido ainda piores. Entre setembro e outubro, em meio à incerteza sobre a aprovação pelo Congresso dos planos de salvamento aos bancos norte-americanos com problemas, a Bolsa chegou a ter de paralisar os negócios ao longo do dia.

 Mecanismo conhecido como circuit breaker, que interrompe as transações sempre que as perdas ultrapassam 10%, foi acionado pelo menos seis vezes no ano passado. “Os momentos mais difíceis da crise alteraram toda a ordem que existia até então. Os analistas de ações tiveram de aprimorar seu trabalho, revendo projeções que fizeram sobre empresas”, diz Lucy Sousa, presidente nacional da Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais).

Porém, a cautela que afastou os grandes investidores estrangeiros do País não durou muito. Desde dezembro, parte deles voltou à Bolsa para comprar ações que estavam sendo consideradas baratas. Com isso, impulsionaram os ganhos da Bovespa, que já ultrapassam 55% apenas neste ano. “Ninguém por aqui poderia prever que a Bolsa se recuperaria em uma velocidade dessas”, comemora o economista Roberto Teixeira da Costa.

A explicação para esse salto pode ser dada pela necessidade que gestores de grandes fundos de investimento espalhados pelo mundo estão encontrando para buscar novos investimentos de risco com boas possibilidades de ganhos futuros. “Muitos investidores estão incomodados por saber que a situação da economia mundial mudou e países como o Brasil estão puxando a recuperação”, diz Rossano Oltramari, analista-chefe da XP Investimentos. “Como alguns deles tinham vendido todas as ações que tinham no País, há uma necessidade de voltar.”

Para o especialista, o movimento de voltar a comprar ações de empresas consideradas atrativas no Brasil é o fator que dá razão àqueles que acreditam que as altas da Bovespa irão continuar.
 
SELETIVIDADE
Ainda que tenham razões para estar otimistas com a escolha do Brasil como mercado preferencial de investidores, especialistas não se iludem. Sabem que as oportunidades para que novas empresas possam ir à Bolsa para captar recursos são bem menores do que antes da piora da crise. “Os donos dos recursos estão muito mais seletivos”, afirma Lucy Sousa.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;