Com as perspectivas de perdas no PIB (Produto Interno Bruto) e as baixas nos níveis de empregos causadas pela crise financeira internacional, a redução dos impactos da instabilidade econômica em Santo André tomam o centro do debate no município. A cidade foi palco, ontem, do Seminário Santo André - Desenvolvimento Econômico e Práticas Sustentáveis, que serviu de pano de fundo para anúncio de medidas de apoio.

"Enquanto o governo federal tem a visão da floresta, o governo municipal enxerga cada árvore. Dessa forma, tem condições de atacar problemas específicos de sua clientela", afirmou Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, referindo-se à teia produtiva formada por indústrias, comércios e serviços. "Além disso, o ente municipal pode construir pontes de interlocução, de forma a adotar medidas em parceria que beneficiem cadeias produtivas."

Entre as medidas que devem ser ofertadas em busca de um crescimento mais firme, está o sistema de visitas porta a porta com um meio de aproximação da iniciativa privada. Micros, pequenos e médios empreendedores passarão a contar, a partir de julho, com cursos de exportação promovidos pela Secretaria de Desenvolvimento e Ação Regional do município. Uma nova lei de incentivos seletivos também está em fase de elaboração e deve ser submetida à Câmara dentro de alguns meses, segundo o órgão.

No entanto, as medidas sugeridas não se resumem à atuação da Prefeitura, Em sua palestra, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, enfatizou a necessidade de redução da carga tributária via desoneração de impostos. "Bastou reduzir o IPI sobre veículos para que as vendas se recuperassem, o que ampliou a arrecadação de PIS, Cofins e ICMS, além de contribuir com a manutenção de empregos", apontou.