Economia Titulo Sobrecarga
Metalúrgicos pressionam por contratações na GM
Por Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
04/06/2009 | 07:00
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Segundo as contas do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, cerca de 200 trabalhadores devem ser contratados imediatamente na unidade da região. Amanhã, a diretoria do sindicato se reúne com a GM do Brasil e prometeu pressionar para que haja as contratações.

"Realizamos um levantamento e percebemos que os funcionários estão sobrecarregados. Desde que os 1.633 trabalhadores temporários foram dispensados, em fevereiro, a produção continua igual e até maior", destacou o vice-presidente da entidade, Francisco Nunes Rodrigues.

Atualmente, são 6.219 horistas atuando diretamente na linha de produção da GM. A pressão aumentou para que esses trabalhadores deem conta da crescente venda da montadora. Em maio, a GM produziu 47.800 veículos, número 2% superior ao obtido no mesmo mês do ano passado, e 17% maior sobre abril de 2009.

A montadora de São Caetano produz cerca de 780 automóveis por dia, e contrariando a afirmação de sobrecarga do sindicato, afirmou que com a presença do terceiro turno, o número era maior, perto de 1.200 unidades.

"Temos convicção de que há muita pressão, e com o excesso de trabalho, muitos funcionários correm o risco de adquirir doenças", explicou Nunes.

Apesar das queixas, o cenário positivo da unidade confirma a independência da montadora no País, declarada pelo presidente da GM no Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, na última terça-feira.

Para ele, a concordata da matriz americana não vai impactar em nada. "A empresa tem o compromisso de não demitir nenhum trabalhador, mas também não há planos de contratações por enquanto", declarou Ardila.

Nunes afirmou que o sindicato exigirá garantias de emprego. "Acreditamos que os trabalhadores não correm risco, mas queremos oficializar a garantia de emprego e brigar pelas contratações", prometeu.

PASSO A FRENTE - O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos saiu na frente e se reuniu com a diretoria da montadora pedindo estabilidade garantida de dois anos.

"Não podemos confiar no mercado ou em palavras ditas à imprensa. Queremos um acordo que garanta estabilidade no emprego e o retorno à fábrica de todos os trabalhadores em licença-remunerada", afirmou o presidente do sindicato, Vivaldo Moreira Araújo.

Além disso, ele falou sobre a ideia de nacionalizar a GM. "O governo brasileiro tem plenas condições de nacionalizar e estatizar a GM do Brasil, para que se garantam os empregos e de que se fomente uma indústria automobilística nacional."

Procurada pela reportagem, a GM não foi localizada para comentar as questões.




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