Os permissionários do Boulevard Itambé fecharam novamente as portas do centro de compras ontem à tarde. Eles foram à Câmara Municipal de Santo André acompanhar a sessão ordinária e ouvir as considerações dos vereadores sobre o pedido de autorização para deixarem o empreendimento e voltarem às ruas.

Diferente do que havia comunicado o presidente da Casa, Sargento Juliano (PMDB), a comissão de vereadores que deliberaria sobre as reivindicações dos ambulantes não se reuniu ontem. O grupo composto por nove políticos foi criado na semana passada, quando pela primeira vez os comerciantes fecharam o bulevar e marcharam até à sede do Legislativo para pedir melhores condições de trabalho. Sem data definida, a reunião dos vereadores só deve ocorrer depois do Carnaval.

A permissão para que os ambulantes saiam do camelódromo depende de uma mudança na lei, que está sendo analisada pelo Executivo e Legislativo. No começo desta semana, uma comissão representando os comerciantes se reuniu com o prefeito Aidan Ravin (PTB) para discutir alternativas.

Embora esteja em área privilegiada - próximo ao Terminal Rodoviário da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e da Estação Santo André da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) - o Boulevard Itambé não atrai público suficiente, segundo os ambulantes.

O prejuízo nas vendas, algo em torno de 90% na contabilidade dos camelôs, é que o sustenta a justificativa dos homens e mulheres que trabalham no centro de compras e desejam a desativação do espaço, que foi inaugurado há sete meses e custou aos cofres da Prefeitura R$ 2 milhões.