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Em crise, produtoras de pneus demitem e acumulam estoque
Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
04/02/2009 | 07:00
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O setor de pneumáticos da região também já sente os efeitos da crise econômica mundial. Com a queda de produção na indústria automobilística, o mercado de pneus acabou comprometido.

 Em Diadema, a Produflex, que produz artefatos de borracha para grandes montadoras, demitiu 102 trabalhadores, número que corresponde a 25% do quadro de funcionários. "As demissões aconteceram em dezembro, mas o sindicato só soube agora. Isso porque os empresários prometeram diretamente aos trabalhadores que pagariam os direitos até 29 de janeiro e não cumpriram a promessa", explicou Terezinho Martins da Rocha, presidente do Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região.

 Na tarde de ontem, cerca de 400 funcionários compareceram a uma assembleia na porta da fábrica. "Acordamos que não haverá redução de jornada nem de salários. Caso haja mais alguma demissão, os trabalhadores vão entrar em greve", prometeu Martins.

 O sindicato não vai intervir nas 102 demissões e no atraso dos benefícios. "Como não fomos procurados para negociar anteriormente, não vamos nos intrometer. Um juiz arbrital fará o meio de campo entre os trabalhadores e a empresa. Caso algum funcionário se sinta lesado, o sindicato prestará assessoria", destacou Martins.

 O proprietário da Produflex, Edgar Solano Marreiros, também é presidente do Sindicato da Indústria de Artefatos de Borracha no Estado de São Paulo, entidade patronal do setor. Procurado pela reportagem, Marreiros não foi encontrado para se pronunciar.

 FIRESTONE - Para não demitir funcionários, praticamente toda a produção da Bridgestone Firestone, em Santo André, está sendo estocada. De acordo com o presidente do Sindicato dos Borracheiros, há mais de 1,3 milhão de pneus armazenados. "Cerca de 1.000 funcionários - do total de 3.500 - estão em férias coletivas na tentativa de adequar a produção. Até abril, será assim, depois o sindicato volta a discutir medidas com a empresa. O principal objetivo é evitar demissões", destacou Martins.

 Na fábrica da Pirelli, também em Santo André, há rumores de férias coletivas. "Depois das 30 demissões no último mês, a empresa deve mandar temporariamente alguns funcionários para casa, já que toda a produção tem sido estocada", afirmou o sindicalista, que não sabe definir o início das férias, nem quantos dos 1.800 funcionários estariam envolvidos.

 A Pirelli respondeu por meio de nota que não vai se posicionar sobre o assunto.

 Este é o segundo corte de funcionários realizado pela Quattor em menos de três meses, destaca o sindicato. Em novembro, a empresa demitiu cerca de 90 trabalhadores, sob a alegação de que havia sobreposições de funções e de áreas na companhia, criada em junho de 2008.

 Outra justificativa para as demissões era a necessidade de a empresa reduzir os custos para se manter "competitiva, com perspectiva de crescimento e preparada para conquistar novos mercados", segundo a empresa a funcionários.




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