A Polícia Civil ouviu nesta quinta testemunhas que acusam policiais militares de cometerem duas chacinas na favela do Jardim Kennedy, em Mauá. Apesar de não revelar em detalhes o conteúdo dos depoimentos, o delegado titular da cidade, Américo dos Santos Neto, afirma que as testemunhas propriciaram “avanço considerável na investigação”.
O delegado afirma que a Corregedoria da Polícia Militar e o Ministério Público formam, junto com a Polícia Civil, uma espécie de força-tarefa para desvendar o caso. Moradores acusam PMs de envolvimento em chacina de 23 de julho de 2005 e em 9 de janeiro deste ano. Seis pessoas foram mortas nos dois episódios.
A Polícia Militar afirma que as denúncias dos moradores não procedem. Para o coronel Renato Aldarvis, do CPA/M-6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitano 6), que abrange as sete cidades da região, as acusações de moradores fazem parte de estratégia de “marginais” para atingir a PM. Segundo ele, as duas viaturas denunciadas por moradores – a 30070 e 30080 – não estavam de serviço no horário das chacinas.
Testemunhas afirmam ter visto homens fardados e encapuzados nos dois episódios. Morreram na última chacina o ferramenteiro Roberto Pinheiro Yamaguti, 28 anos, a vendedora Jaqueline Alessandra dos Santos Gomes, 18, e um homem que ainda não foi identificado. No segundo crime, as vítimas foram João Alves Ferreira, 28 anos, Alex Nery e Anderson Lima Gaia, de idades não divulgadas. Nenhum dos mortos foi encontrado com armas.
Continua também a ocupação da favela do Jardim Kennedy pelo efetivo da Polícia Civil de Mauá. A operação atua tanto na investigação das chacinas como também na contenção do tráfico de drogas na área. Com a presença da polícia, afirma o delegado titular da cidade, não há fluxo de usuários de drogas na favela. “Agora está sossegado por lá”, comenta o delegado.
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