Nem mesmo os dois gols marcados no amistoso contra o México na quinta, que o tornaram o segundo maior artilheiro da história com a camisa da Seleção Brasileira, superando Zico – 68 gols contra 67, e atrás apenas de Pelé, com 95 –, serviram de alento para Romário. No vestiário do estádio Jalisco, o atacante aproveitou a oportunidade para mais uma vez soltar sua língua felina contra o ex-técnico do Brasil, Wanderley Luxemburgo, como já havia feito após os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000. “Só de saber que hoje a seleção tem um treinador (Leão) honesto, que convoca o jogador independentemente do nome ou do clube onde joga, já é bom”, afirmou, fazendo comparação entre os dois treinadores.

Romário ainda não perdoou Luxemburgo por ele não o ter convocado para a Olimpíada. “Ele foi desonesto comigo, porque eu estava bem na época da Olimpíada”, explicou. “Ele não me convocou e eu me dei mal por isso, mas ele também”.

Mas nem tudo era motivo de mágoa para o Baixinho. Visando melhorar o ambiente na seleção, Romário e o lateral-esquerdo Roberto Carlos voltaram a conversar depois de três anos de rompimento. O atacante deixou claro que eles não voltarão a ser amigos, mas que pelo menos não vão ficar se evitando, como ocorreu em Guadalajara.

A briga começou em 1998, quando Romário foi cortado da seleção. Na ocasião, Roberto Carlos disse que a equipe continuaria trabalhando normalmente para a Copa da França, mesmo sem a presença do atacante. Romário não gostou do descaso do lateral e começou a atacá-lo. Desde então, houve um festival de troca de acusações, que agora deve acabar.