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Amor ainda é viciante
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
28/01/2011 | 07:02
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O nome pode até sugerir algo mais ousado e pesado, mas ‘Amor e Outras Drogas' segue a mesma linha leve de outras produções do gênero. A comédia romântica, que estreia hoje no Brasil e com apenas uma cópia no Grande ABC, diverte ao misturar o competitivo ramo farmacêutico com o drama pessoal da personagem principal.

Muito do sucesso do filme se deve ao charme do elenco. Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway são símbolos de uma nova geração talentosa e com ‘molde' que agrada homens e mulheres. A química entre os dois é perceptível desde cenas em que dividem a cama até quando discutem sobre os rumos do inesperado relacionamento.

O diretor Edward Zwick (‘O Último Samurai' e ‘Diamante de Sangue') mostra que ainda guarda a sensibilidade dos tempos de ‘Lendas da Paixão' (1994) em sua nova obra sobre o amor. Sem grandes problemas, o cineasta consegue administrar o encontro de Jamie com Maggie no meio da década de 1990. Aos 26 anos, a garota lida com o primeiro estágio do mal de Parkinson. A doença faz com que se importe apenas com o presente e não veja possibilidade de sua vida ter espaço para um duradouro relacionamento.

Jamie pouco se importa com o estado de Maggie e os dois iniciam quentes encontros. Em paralelo, o rapaz começa a se dar bem com a venda de um revolucionário medicamento que chega ao mercado e promete acabar com a impotência masculina.

‘Amor e Outras Drogas' tem chamado a atenção por cenas nas quais os atores aparecem seminus, mas a liberdade juvenil do casal é ponto bem administrado pelo diretor. O objetivo é demonstrar que o amor é livre - e sempre acompanhado de pitadas de rock e drogas (no caso, caixas de remédios).

Ao contrário do que se possa imaginar, a redenção apresentada na tela não é a do garanhão que encontra o amor verdadeiro. O foco se vira para o drama médico vivido por Maggie, em outra atuação convincente de Hathaway. A repulsa por um portador de Parkinson se mostra mais forte de dentro da própria personagem. Ao não se permitir viver, ela cria barreira para que os outros não se aproximem demais. Seu novo companheiro lhe serve como chave para um novo mundo repleto de possibilidades e, é claro, amor.

Tudo parece meio grudento e dramático demais. O tom não é esse. O título traz questões mais profundas, mas não sem ter o melodrama de outros filmes. O amor é assim: simples e complicado ao mesmo tempo. E o longa segue a cartilha.




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