O São Paulo ainda não sabe se vai a campo, às 21h45 de quarta-feira, em Florianópolis, para tentar sair da crise contra o Figueirense, outro desesperado no Campeonato Brasileiro. Apesar de tudo, a Rede Record prevê a transmissão ao vivo. Ambos estão no bloco do rebaixamento. Como não conseguiu descer na capital catarinense - não havia condições climáticas para o pouso da aeronave, pois a cidade foi atingida por um ciclone - a delegação tricolor retornou terça-feira mesmo a Congonhas. O segundo vôo está previsto para hoje, às 14h. No entanto, os dirigentes paulistas já encaminharam um pedido à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para que o confronto seja adiado. Agora, aguardam a palavra oficial da entidade.

Na terça-feira, o Aeroporto Internacional Hercílio Luiz interrompeu o funcionamento das 15h em diante. A velocidade do vento oscilava entre 50km/h e 60km/h. Um avião que acabava de pousar na pista chegou a rodar. Para complicar, a maioria dos bairros ficou sem energia elétrica. A companhia elétrica da cidade trabalhou muito para reparar os estragos provocados pelo intenso temporal.

Até que haja uma definição, o técnico Paulo Autuori estuda os expedientes certos para, quem sabe, afastar o Tricolor (19º, 18 pontos) da zona de perigo na tabela. O detalhe é que o rival (20º, 15 pontos) também continua no sufoco. O São Paulo montou uma estratégia especial para que Cicinho voltasse depressa da Itália - lá esteve para providenciar o passaporte comunitário - mas, como não participou dos últimos treinos, Autuori decidiu vetá-lo.

Enquanto isso, o comandante são-paulino não vê o duelo como se fosse "de seis pontos". Segundo ele, isso não existe. "É um dos maiores clichês do futebol", interpreta o treinador, que prefere não aumentar ainda mais o tamanho do desafio do campeão da Copa Libertadores, que despencou no Brasileiro. "É vitória é fundamental, claro, mas isso não adiantaria nada se perdêssemos na rodada seguinte", alerta Autuori, ao se referir ao ascendente Fortaleza (11º, 17 pontos). "Vivemos uma fase bem ruim, mas vamos reagir logo", prevê.

Autuori aproveitou para mandar um recado ao grupo: chega de reclamar das arbitragens. Segundo ele, é preciso que o São Paulo não saia do foco principal - a briga pelos primeiros lugares. "Falar dos juízes atrapalha", raciocina. Nas atuais circunstâncias, ele procura diminuir os efeitos dos focos de incêndio, mas o ambiente parece tenso no CT da Barra Funda. Terça-feira, Autuori pegou mais pesado em cima das falhas que comprometeram os resultados contra o Brasiliense, Juventude, Palmeiras e Goiás. "Cometemos erros na defesa e no ataque. De repente, perdemos aquele instinto de matar que apresentamos na Copa Libertadores", exemplificou Autuori.