O secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, delegado federal Marcelo Itagiba, afirmou quarta-feira que atos de "facínoras" não são "exclusividade" do Rio, e citou o caso inexistente de uma "padaria metralhada" em São Paulo para justificar sua teoria. "Atos como esse não acontecem única e exclusivamente na cidade do Rio de Janeiro, é algo que acontece de forma indiscriminada em vários pontos do Brasil, basta ver que recentemente uma padaria foi toda metralhada na cidade de São Paulo, e outros fatos em outras cidades", declarou.

Possivelmente, ele referia-se ao ataque à Drogaria Aliança, na Vila Matilde, na zona Leste de São Paulo, no último dia 24, quando criminosos metralharam o estabelecimento em represália à morte de um assaltante. Na ação, um menino de 4 anos morreu baleado na cabeça e mais quatro pessoas ficaram feridas.

O secretário disse que o atentado ao ônibus da linha 350 se trata de um "episódio" e as pessoas "devem continuar levando sua vida normal". "A imprensa tem enorme importância para não criar uma síndrome do medo em cima de determinado fato."

De acordo com o secretário, o atentado no Rio foi uma represália à ação da polícia, que "praticamente acabou com o tráfico no Morro do Quitungo", na zona Norte. "Por isso, cada vez mais temos que valorizar a polícia, e não fazer como algumas pessoas fazem, criar ou querer criar falsos bandidos bons ou bandidos comunitários. São todos criminosos violentos, facínoras, que têm que ser retirados de circulação."

Itagiba voltou a repetir que, desde o início do governo de Rosinha Matheus, foram apreendidas 43 mil armas e realizadas 59 mil prisões, das quais 76 seriam lideranças do tráfico.