Nos braços da tietagem. Desde o ano passado, os jogadores do Santo André não param mais de sentir o sinal dos novos tempos de um clube que saiu definitivamente do anonimato para integrar o grupo de elite do futebol. Depois de conquistar o histórico título diante do Flamengo, no Rio, os campeões da Copa do Brasil-2004 ainda curtem o reconhecimento da torcida e, principalmente, da garotada. Agora, o time compõe o bloco das principais forças do país na Copa Libertadores. O elenco atual não é mais um dos meros figurantes do país da bola que recria os sonhos e as fantasias das crianças.

Enfim, dos pequenos fãs que começaram a pegar o costume – como aconteceu terça-feira à tarde durante um treino físico no Parque Celso Daniel – de perseguir sistematicamente os ídolos para aplaudí-los a cada circuito concluído na pista. Os adultos observavam de longe. Os meninos corriam atrás. Lá estavam, entre outros, o goleiro Júlio César, Dedimar, Da Guia, Gabriel, Romerito, Ramalho, Sandro Gaúcho, Rafinha, Ronaldo, além de alguns que vieram contratados recentemente (Leandrinho, Paulo Isidoro e o volante Fernando) ou retornaram ao ninho antigo (Richarlyson, Daniel e Fumagalli) para disputar a temporada 2005.

De repente, Mayara, Bárbara, Gabrielzinho, Vinicius, Daniel, Letícia e Giovanna entraram literalmente no clima da paixão pelo Santo André. Todos reconheceram os heróis do Maracanã, que corriam na pista e, em seguida, encararam a pesada série de exaustivos exercícios orientados pelo preparador físico Stelio Metzker. “Vi na televisão o gol daquele carequinha”, disse Daniel, ao se referir ao matador Sandro Gaúcho, que deitou e rolou na verdadeira casa rubro-negra durante a finalíssima da Copa do Brasil. “O Júlio César é o melhor goleiro do Brasil. Se fosse mais baixo, ele não teria nenhuma diferença do Marcelinho Carioca. A cara é igual”, observava Letícia.

O zagueiro Gabriel e o ala direito Alexandre fortaleceram a felicidade geral da galerinha e comandaram a sessão de autógrafos. “Isso é legal. Bem que poderiam vir sempre aqui. A gente entra no clima”, contou Gabriel. O lateral Alexandre concorda. “Eles não atrapalham em nada. Ao contrário, motivam a gente”, admite o ala direito, um dos mais assediados. Para o capitão Dedimar, o Santo André deveria colocar em prática um interessante lance de marketing. “É preciso investir nos torcedores do amanhã, mas ainda não temos um local adequado para recepcionar a turminha. Poderíamos criar diferentes apelos para incentivar e aproximar os dois lados”, sugere. O presidente Jairo Livolis disse terça-feira que o tema é uma das futuras prioridades do clube.