Esportes Titulo Rússia x Ucrânia
Atletas que vivem e atuam na Ucrânia relatam medo e pedem por ajuda

Entre eles estão três jogadores com passagens na região: Renan Oliveira, Marlyson e Jr Moraes

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
25/02/2022 | 00:01
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Divulgação/Kolos Kovalivka


Tradicional destino de jogadores brasileiros de futebol, a Ucrânia vive momentos de tensão há alguns meses. E, na noite de anteontem, começaram efetivamente os ataques da Rússia ao país vizinho, assustando não só a população ucraniana como os estrangeiros que por lá estão. Entre eles, três atacantes com passagens por clubes do Grande ABC: o andreense Renan Oliveira, do Kolos Kovalivka, ex-EC São Bernardo; Júnior Moraes, que é naturalizado ucraniano, joga no Shakthar Donetsk e é ex-Santo André; e Marlyson, do Metalist, ex-São Bernardo FC.

“A gente está fazendo este vídeo para pedir ajuda das autoridades do Brasil. Estamos passando por situação muito difícil aqui e o quanto puderem nos ajudar, será muito gratificante”, disse Renan, que estava acompanhado do colega de time Diego Carioca e sua mulher, Mayara. Em breve contato com a mãe de Renan Oliveira, Sandra Regina, ele optou por se resguardar neste momento de tensão. “Não estou com força para nada, me desculpe. Quem sabe na hora que soubermos que ele está seguro”, disse ela, em fala muito emocionada.

Em entrevista à Rádio CBN Diário, de Florianópolis, Marlyson disse que em sua cidade, Kharkiv, a vida segue normalmente para os ucranianos, mas ele e os companheiros brasileiros de time estão assustados. “A situação não é nada boa. A gente tem bastante notícias do Brasil, pois daqui é mais difícil por estar tudo em russo. Tem alguns meios de comunicação que mostram que a situação não está nada fácil. Aqui onde estou, até então, a cidade está normal. As pessoal se locomove normalmente, mas gente que não é do país tem muito medo. Estamos bem aflitos, espero que a gente possa sair do país logo.”

Alguns dos brasileiros do Shakhtar Donetsk (incluindo Júnior Moraes) e do Dínamo estão com as famílias hospedados em um hotel na capital da Ucrânia, Kiev. “A situação é grave. Estamos presos em Kiev esperando uma solução para sair. Orem por nós”, pediu o ex-ramalhino.

Naturalizado, Júnior Moraes jogou no Santo André - Reprodução/Instagram

Marlyson foi artilheiro pelo São Bernardo FC - Reprodução/Instagram

Uefa debate se vai mudar sede da final da Liga dos Campeões

A final da Liga dos Campeões da Europa, marcada para 28 de maio, em São Petesburgo, na Rússia. No entanto, após o início da investida russa à Ucrânia, a Uefa convocou reunião de emergência para hoje, na qual debaterá a troca da sede da decisão.

O esporte é, geralmente, um dos segmentos afetados por guerras e similares. Três edições dos Jogos Olímpicos (1916, 1940 e 1944) e duas de Copa do Mundo (1942 e 1946) já foram cancelados em razão da Primeira e da Segunda Guerra Mundial. Os eventos esportivos só foram igualmente impactados de maneira global nas pandemias de gripe espanhola (1918) e Covid (2020).

Por outro lado, o esporte também já foi motivo para paralisação de guerra. Na década de 1960, por exemplo, o Santos de Pelé e companhia disputou série de amistosos no Congo e na Nigéria, países que viviam guerras civis. A Seleção Brasileira também participou do “Jogo da Paz”, no Haiti, em 2004, quando o país caribenho também vivia guerra civil.




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