Política Titulo Corrida paulista
Se Alckmin quiser concorrer em SP, precisará sair do PSDB, diz Campos

Aliado do ex-governador vê Rodrigo Garcia à frente no tucanato e não fecha portas sobre 2022

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
18/06/2021 | 00:40
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Claudinei Plaza/Dgabc


Uma das figuras mais próximas do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), o deputado estadual e presidente paulista do Avante, Campos Machado, avalia que se o aliado quiser concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, precisará deixar o tucanato. “Vejo que o candidato do PSDB é o Rodrigo Garcia (vice-governador e recém-filiado à sigla).”

Em visita ao Diário, Campos analisou que o movimento de mudança partidária de Rodrigo Garcia, que provocou fissuras no DEM, sua antiga casa, não foi à toa. E ele acredita que Alckmin tem bastante chance no pleito do ano que vem porque será “uma eleição na qual os eleitores irão votar em pessoas, não em partidos”.

“É inegável todo trabalho que o Geraldo fez pelo Estado. Ele é um sujeito que vai tomar cafezinho com você na padaria, vai para sua casa ouvir você no sofá da sala, que está sempre em contato. Tem ao seu lado uma mulher, que é a dona Lu (Alckmin), com trabalho excepcional. E se quiser mesmo sair candidato a governador, terá de deixar o PSDB.”

A despeito de escancarar a lealdade a Alckmin a cada frase, Campos disse que não fechou portas sobre o futuro eleitoral. Ele comentou, por exemplo, que núcleo sindical do Avante quer que ele saia candidato ao governo do Estado no ano que vem.

“Estamos estruturando o Avante pensando nas eleições de 2022 e de 2024. Porque não sabemos por quanto tempo vai durar esse pós-pandemia, se precisaremos ficar de resguardo, se teremos de tomar doses anuais da vacina (contra a Covid-19). Quem não se estruturar assim, está fadado a fracassar. Pulará do 15º andar para o subsolo”, comparou.

O decano da Assembleia Legislativa admitiu que mantém conversas com Alckmin, Rodrigo Garcia, o ex-governador Márcio França (PSB), o ex-ministro Gilberto Kassab (PSD) e até abriu portas de diálogo com o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Guilherme Boulos (Psol). Com exceção de Kassab, todos são pré-candidatos a governador. Ele revelou até negociações com Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

Campos chegou ao Avante após décadas de atuação no PTB e reconheceu que tem trabalhado para estruturar o partido no Estado. “Acabamos de definir os 60 diretórios da Capital e vamos atuar para ter diretórios nos 644 municípios restantes. Hoje temos 300”, discorreu ele, que aposta na criação de departamentos setoriais para aumentar o canal de relação com a sociedade civil – são 16 blocos, que vão de representatividade negra ao núcleo de proteção animal.

O cacique está otimista também pelo pacto que firmou com o PRBR (Partido Popular Brasileiro), que está em fase de coleta de assinaturas para ser oficializado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Segundo Campos, a futura legenda registrou 600 mil assinaturas para sua fundação e, enquanto essa etapa burocrática não for vencida, os filiados do PRBR ficarão acolhidos no Avante. “É uma união estável.”

Sobre o Grande ABC, Campos assegurou que o partido estará forte para o pleito de 2022 e também de 2024. Disse que estimulará candidaturas em todas as cidades. “Teremos boas novidades nas próximas semanas no Avante do Grande ABC.” 




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