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Sindicato avança em ações sociais
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
13/08/2006 | 09:09
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Além de reivindicarem melhorias nas condições de trabalho, sindicatos do Grande ABC também atuam como agentes de promoção da cidadania. Atentos às mobilizações por melhores salários, PLRs (Participação nos Lucros ou Resultados) e garantia de emprego, entidades de representação dos trabalhadores da região arregaçam as mangas e colocam a mão na massa em projetos sociais.

As iniciativas cidadãs intensificam os vínculos entre sindicatos e sociedade ao ampliar a atuação para além do chão de fábrica. Sindicalistas e também integrantes de categorias como metalúrgicos, químicos e bancários criam elos com comunidades carentes da região para efetivar intervenções sociais no cotidiano da população desassistida de direitos sociais e econômicos.

Frente às mudanças conjunturais nas relações trabalhistas, os registros das primeiras ações de engajamento dos sindicatos em problemas sociais datam do início da década de 1990. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT) decidiu estender a atuação à comunidade local por conta de mudanças estruturais na economia e na política sensíveis ao processo de globalização.

Hoje, o centro Francisco Solano Trindade, o Pré-Vestibular Educafro e o Mova (Movimento de Alfabetização) são exemplos de projetos sob a batuta dos Metalúrgicos. O secretário-geral da entidade, Rafael Marques Júnior, destaca o resgate da cidadania e da auto-estima como resultados exitosos. "O Mova, por exemplo, nasceu com o objetivo de descentralizar a aprendizagem. Levamos a sala de aula a garagens, igrejas, aonde as pessoas vivem. Foi um sucesso!"

Sucesso mesmo é o projeto Francisco Solano Trindade, com atendimento em São Bernardo e Diadema. O centro oferece diversas atividades para valorizar a cidadania de 160 crianças e 60 adolescentes de famílias de baixa renda. Desde 2001, o projeto foi incorporado ao Uma hora para o futuro, no qual empregados da Volkswagen de São Bernardo destinam voluntariamente o valor de uma hora de trabalho ao ano para a manutenção das atividades.

O primeiro-secretário do projeto e diretor do Sindicato, Ivonildo Batista Costa, conta que, para participar de pintura, música, capoeira ou informática, crianças e jovens têm de retornar aos bancos escolares. "Exigimos o retorno imediato às escolas. As assistentes sociais fazem o levantamento das disciplinas defasadas e oferecemos reforço", diz. Além de voluntários, o projeto conta com oito educadores, duas assistentes sociais e duas psicólogas.

Juventude – O Sindicato dos Bancários do ABC (filiado à CUT) mantém há quatro anos a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Cidadania e Vida em Rio Grande da Serra para oferecer a jovens inclusão digital e formação profissional. "É a cidade mais carente e abandonada do ABC, formada por 30% da população com até 25 anos de idade", enfatiza a presidente da entidade e do Sindicato, Maria Rita Serrano.

Ao longo dos anos, 700 jovens já foram atendidos pelos programas da entidade, e o xodó de Maria Rita é a parceria com a indústria Dura Automotive. Por seis meses, jovens recebem treinamento para atuar na indústria. "Após o término, a empresa faz seleção com jovens formados para contratá-los na existência de vagas", conta Maria Rita. De 90 jovens, 40 foram absorvidos somente na Dura.

Das ruas – Em processo de estruturação da parceria, o Sindicato dos Químicos do ABC (filiado à CUT) estreita as relações com o projeto Meninos e Meninas de Rua de São Bernardo. Há três anos, o projeto conta com o apoio do sindicato e, no dia 18 deste mês, a entidade de representação dos químicos articula união de trabalhadores e empresas para a manutenção das atividades.

"Hoje, ajudamos politicamente porque ainda temos de discutir a questão da ajuda financeira. Mas realizamos arrecadação de alimentos, roupa e brinquedos. Agora, vamos analisar como os trabalhadores poderão contribuir financeiramente para a sobrevivência do projeto", explica o presidente do Sindicato dos Químicos, Paulo Lage. A entidade oferece apoio escolar, médico, esporte, oficina de teatro, entre outras atividades.

E outros – O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de São Bernardo e Diadema (filiado à CUT) ajudou a fundar há seis anos a Associação de Moradores do Jardim Arco-Íris de Diadema. Lá, voluntários e três educadores oferecem teatro, capoeira, dança, esportes e computação periodicamente para mais de cem crianças e adolescentes.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André (filiado à Força) deu início neste ano às atividades da Associação Popular de Proteção à Cidadania, em Santo André, para atender às demandas sociais da comunidade em geral.




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