Uma promotora solicitou pela primeira vez no Uruguai o julgamento de oito ex-militares e policiais por violações dos direitos humanos durante a ditadura (1973-1985), e o juiz decidirá na próxima semana se acata o pedido.

A promotora Mirtha Guianze pediu na terça-feira o julgamento, pelos crimes de privação de liberdade e associação para delinqüir, contra os ex-militares José Gavazzo, Gilberto Vázquez, Jorge Silveira, Ricardo Arab, Juan Antonio Rodríguez Buratti, Ernesto Rama e os ex-policiais Ricardo Medina e Pedro Sande, durante a investigação pelo desaparecimento de três uruguaios na Argentina.

Charles, que investiga os desaparecimentos na Argentina dos uruguaios Washington Barrios, Adalberto Soba e Alberto Mechoso, que passaram pelo centro de detenção Automotores Orletti, em Buenos Aires, deverá decidir na próxima semana se processará os acusados, depois de ouvir a defesa.

Soba e Mechoso, do PVP (Partido pela Vitória do Povo), desapareceram em Buenos Aires no dia 26 de setembro de 1976. Barrios, militante tupamaro, desapareceu na cidade argentina de Córdoba em setembro de 1974.

As três desaparições foram excluídas pelo governo uruguaio da Lei de Caducidade, que evitou o julgamento das violações dos direitos humanos cometidas no Uruguai durante a ditadura (1973-1985), embora tenha excluído os crimes por motivos econômicos.