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Região metropolitana de São Paulo diz não às armas de fogo
Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
10/10/2005 | 08:03
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Se depender dos prefeitos da Região Metropolitana de São Paulo, o comércio de armas de fogo e munição será proibido no Brasil. A moção de apoio ao desarmamento, lançada pelo FMSP (Fórum Metropolitano de Segurança Pública), está assinada por 33 dos 39 municípios da Região Metropolitana, que tem quase 20 milhões de habitantes – metade da população do Estado.

No Grande ABC, prefeitos de três cidades votarão ‘não’ à proibição do comércio de armas e munição no país no referendo de 23 de outubro: Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Ribeirão, onde fica a sede da CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), tem, inclusive, campanha pelo ‘não’, com direito a outdoors espalhados pela cidade com a foto do prefeito Clóvis Volpi (PV), contrário ao fim do comércio de armas.

O prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira (PSDB), que até a semana passada dizia que não revelaria sua opção, definiu que votará contra o desarmamento. O tucano insistia em não se manifestar "para não influenciar o eleitorado". Kiko explicou sua opção: "Criminosos não compram armas legalizadas nem procuram legalizar as que têm."

Além de Mauá, Ribeirão e Rio Grande, também são contra a proibição do comércio de armas Barueri e Embú-Guaçu. Poá não definiu posição. O número de assinaturas à moção de apoio do Fórum de Segurança reflete o resultado da pesquisa Brasmarket/Diário feita em julho, que apontou que 81,6% dos eleitores do Grande ABC são a favor do desarmamento. Os 33 municípios partidários do ‘sim’ equivalem a 84% da Região Metropolitana de São Paulo.

Surpresa – Segundo o secretário executivo do Instituto São Paulo Contra a Violência, que integra o FMSP, o número de signatários ao manifesto surpreendeu. "Achei que seria mais equilibrado, mas o resultado foi favorável", avalia. A coordenadora-geral do fórum e ex-prefeita de Ribeirão Pires Maria Inês Soares crê que a forte adesão reflete a avaliação popular sobre a questão do desarmamento. "Obviamente, o resultado é um pouco o que o conjunto da sociedade pensa", declara.

Para Maria Inês, a pergunta sobre a proibição do comércio de armas é confusa. "É para você querer que não venda mais e vota sim. Mas a propaganda na televisão vai ajudar bastante", acredita. O secretário-executivo do São Paulo Contra a Violência diz não ter objeções à questão formulada, considerando-a "razoavelmente clara". "Poderia ser mais, mas tinha de ser essa, porque outra pergunta estaria mais sujeita a manipulações." Ele considera que a questão "O comércio de armas de fogo e munições deve ser proibido no Brasil?" não beneficia nenhum dos lados.

Confusa ou não, no Grande ABC, o placar entre as prefeituras está quase definido: quatro ‘sim’ e três ‘não’. Diniz Lopes (PL), prefeito interino de Mauá, ainda não definiu o voto, mas diz-se "praticamente disposto a votar ‘não‘. Os prefeitos João Avamileno (Santo André), William Dib (São Bernardo) e José de Filippi Júnior (Diadema) prometeram ir às ruas fazer campanha pelo desarmamento. José Auricchio Júnior, chefe do Executivo de São Caetano, não pretende fazer campanha, mas também é contra a venda de armas.




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