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Até Parreira critica atuação da Seleção Brasileira
Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
10/10/2005 | 08:31
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Nem Carlos Alberto Parreira gostou do Brasil no empate diante da Bolívia. Acostumado a supervalorizar até os amistosos caça-níqueis da CBF, agora o técnico surpreendeu ao reclamar do que viu em La Paz no penúltimo compromisso da equipe nas eliminatórias sul-americanas para o Mundial da Alemanha. No entanto, ele procurou deixar claro que não vai levar em conta o que aconteceu neste domingo para definir a lista daqueles que vão à Copa do Mundo. "Não vou julgar ninguém nas circunstâncias deste jogo. Seria uma injustiça. Minhas avaliações estarão baseadas em cima de um conjunto de atuações dos atletas", esclareceu.

Na quarta-feira à noite, em Belém do Pará, o Brasil de novo cumpre a tabela contra os venezuelanos. Parreira não assimilou as falhas constatadas contra os bolivianos e aproveitou para desabafar durante a entrevista coletiva. "O resultado não me agradou. Esperava mais. Um técnico de Seleção Brasileira só pode admitir a vitória, nunca o empate ou a derrota", afirmou.

Apesar das críticas ao fraco desempenho dos reservas do Brasil, Parreira disse que a Bolívia preencheu bem os espaços, criou dificuldades. "Houve muito equilíbrio. É natural que eles não sentissem os efeitos da altitude. Isso facilitou a atuação deles, principalmente ao explorar a velocidade na hora de atacar, de se defender, de se movimentar. Não adianta negar que a altitude influi. Se não fosse assim, o Equador não teria ganho oito em casa e perdido seis vezes fora", exemplifica, ao se referir aos 2.500m (acima do mar) de Quito e aos 3.600m de La Paz.

Parreira também não é de exagerar nas análises individuais, mas domingo quebrou o protocolo ao encher a bola do goleiro Júlio César. "Logo nos primeiros instantes, ele praticou duas defesas muito importantes", lembrou. Quanto ao meia Alex, que substituiu Renato (atingido no tornozelo, saiu contundido) no segundo tempo, disse que faltou adaptação a ele. "O Alex rende bem mais como 1 no quadrado. Por isso, resolvi adotar o 4-3-1-2. É preciso mudar o sistema para que ele (Alex) se adapte", explicou.

Como era de se imaginar, os brasileiros reclamaram da altitude. O goleiro Júlio César jura que o problema não é fictício. "Posso garantir que é esquisito. No aquecimento, pedi ao Gomes que chutasse umas bolas de longe. Percebi que elas disparam. É uma coisa impressionante", revela Júlio César, que obteve o aval de Gustavo Nery e de Robinho. "Este é um lugar ruim para se jogar. Você fica sem fôlego", disse o lateral do Corinthians.




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