Eleições 2016 Titulo Estratégia política
Alckmin evita campanha em 1º turno na região

De olho em 2018, governador alega que
forças externas não decidem eleição municipal

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
01/09/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), revelou ontem que não virá à região durante o primeiro turno das eleições para ajudar os candidatos a prefeito do tucanato que disputam o comando das prefeituras.

O PSDB concorre em cinco da sete cidades do Grande ABC – Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá e Rio Grande da Serra, indicou Rosi de Marco (PSDB) como vice de Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), em Ribeirão Pires, e, em Diadema, endossou a candidatura de Lauro Michels (PV) mesmo sem vaga na chapa majoritária.

Com discurso polido e evitando citar cenários de disputa nas cidades, Alckmin defendeu que não vê sua presença como vantagem em atividades de corpo a corpo em disputas municipais, dando como exemplo sua própria trajetória política, quando foi prefeito de Pindamonhangaba (entre 1977 e 1982). Garantiu que sua ajuda se limitará à produção de depoimentos por vídeos. Foi cauteloso em não falar sobre participação no segundo turno.

“O governo do Estado não tem candidato (a prefeito), trabalha para os 645 municípios, independentemente de quem ganhar eleição e sigla partidária. Enquanto militante, seu eu puder, no fim de semana, dar algum depoimento... Mas isso não é fator decisivo. Fui prefeito da minha cidade natal (Pindamonhangaba) e as forças externas não decidem uma eleição, o que será decisivo será o fator local. Isso é de Alcântara Machado (escritor brasileiro e morto em 1935): ‘Tenho a paixão da gleba circunscrita’. Cada município tem a sua paixão, sua singularidade”, comentou.

A postura do governador tem base em estratégia política. Um dos nomes mais fortes do partido para disputar as eleições presidenciais de 2018, Alckmin procura evitar provocar fissuras em determinadas regiões estratégicas que podem ser decisivas para alavancar seu nome como candidato capaz de aglutinar maior número de partidos aliados. Em Santo André, São Bernardo e Mauá há mais de uma candidatura da coalizão de Alckmin.

O governador sempre foi presente em períodos de eleição municipal, realizando, como principal marca, caminhada ao lado de candidatos do PSDB ou de partidos em disputa contra o PT. Nas convenções partidárias, ocorridas entre o fim de julho e começo de agosto, vídeos do governador pedindo apoio a candidaturas foram registrados. Mas ele não apareceu a nenhuma atividade eleitoral.

INAUGURAÇÃO
O chefe do Executivo paulista esteve ontem em agenda oficial em São Bernardo para inaugurar obra da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) de transferência de 4.000 litros de água por segundo do Rio Pequeno para o Rio Grande, ambos braços da Represa Billings, com o objetivo de auxiliar o Sistema do Alto Tietê. A intervenção custou R$ 20 milhões.

“Foi uma obra estratégica. Essa interligação de sistemas é o que dá enorme garantia nos períodos de seca extrema e mudanças climáticas. Estamos entrando no período chuvoso com um supersistema, tudo pronto. Agora é aumentar ainda mais a reservação das represas”, pontuou Alckmin. 

Sabesp diz que falta de água é culpa de gestão de Santo André

Tema central no debate entre candidatos à Prefeitura de Santo André, a falta de água em determinados bairros foi avaliada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) como falha da atual administração municipal por meio do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). A empresa estadual alegou que a vazão fornecida ao município é a mesma destinada a demais cidades da Região Metropolitana e que a crise é por problema de gerência da cidade.

O prefeito Carlos Grana (PT) direcionou culpa exclusiva à Sabesp ao tratar sobre o tema durante sabatina no Diário, na terça-feira. “Hoje, 95% de água consumida pela cidade é fornecida pela Sabesp. A empresa estadual, antes da crise hídrica (ocorrida em 2014), abastecia 2.330 litros cúbicos por segundo. Reduziu esse patamar em torno de 25% e isso tem trazido dificuldade em algumas regiões. Hoje, o abastecimento é de 1.880 litros cúbicos.”

Diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato apontou que o município da região é o único a registrar reclamações. “Está negociado com os técnicos do Semasa disponibilização de vazão de 1.900 litros por segundo. Pelo que sabemos é que tem uma reclamação localizada no setor de abastecimento Assunção.”

O Semasa salientou apenas que o município vem recebendo menor quantidade da companhia estadual.




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