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Aldo faz críticas à política econômica
21/02/2006 | 00:01
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O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), aliado do governo Luiz Inácio Lula da Silva, fez duras críticas segunda-feira à política econômica do país, defendendo a retomada do crescimento e comparando a estabilidade econômica, obtida pelo controle do câmbio e das taxas de juros, a uma "bóia de urtigas".

"Se o país não voltar a crescer, vai se encalacrar. Nós não podemos transformar a estabilidade numa bóia de urtigas. Temos de conservar a estabilidade, mas ela não pode ser a negação do crescimento da economia", afirmou Aldo para uma platéia de empresários do setor imobiliário, em São Paulo.

"Eu sei que o crescimento, por si, só não resolve todos os problemas", acrescentou o deputado. "Mas sem o crescimento não vamos resolver problemas nenhum. Não há solução para nada, se o País não voltar a crescer". Na sua avaliação, é natural que haja receio em relação à mudanças na atual política econômica. "Nós tivemos um processo traumático inflacionário, a sociedade adotou uma posição defensiva. Mas é como alguém que, com medo de algum problema, se nega a enfrentar a própria vida", disse. "Eu acho que nós não podemos, por causa desse receio, sacrificar as futuras gerações".

Para Aldo, as taxas de juros - um dos pilares da estabilidade - são incompatíveis com a atual situação do país. "Todo mundo sabe que o Brasil não tem motivos para manter a taxa de juros nesses patamares". O deputado acredita que a questão cambial também tem trazido efeitos danosos ao país.

Ele defendeu a necessidade de um "esforço coletivo" para buscar a retomada do crescimento. "É preciso voltar a valorizar a idéia de que o crescimento não é uma ameaça a ninguém", argumentou. Questionado sobre o quê falta ao governo para fazer essas mudanças, Aldo evitou embates e disse que não é uma decisão unilateral. "Se fosse só um ato burocrático, o problema estava resolvido. Mas todos nós sabemos que é uma batalha de idéias, que envolve interesses, doutrinas e, em última instância, a vontade para fazer isso".

Além disso, argumentou que esse não é um assunto de embate entre oposição e situação, e sim de interesse nacional. Para ele, todos os candidatos deveriam deixar claro quais são suas intenções em relação a uma política de desenvolvimento para o país. "Eu preferia que todos os candidatos assumissem esse compromisso".

Questionado por que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, não promove essas mudanças, ele respondeu: "Acho que seria uma boa pergunta. E se ele nos respondesse, seria uma boa contribuição ao debate".

Vazia - Com quórum muito baixo no plenário (291 deputados), a Câmara encerrou segunda-feira a sessão sem votar nenhum projeto. Além do quórum baixo, contribuiu para isso a ausência de acordo para votar a medida provisória (MP) que trata da ampliação do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), que tranca a pauta. Nova sessão foi marcada para nesta terça-feira à tarde pelo presidente da Casa, Aldo Rebelo.




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