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Diadema atrasa pela 3ª vez entrega de creche

Unidade Naval está em obras desde 2012 e deveria ter ficado pronta no início deste mês

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
15/03/2016 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


A desempregada Sabrina Nascimento da Silva, 20 anos, não pode trabalhar porque não consegue vaga na escola para os filhos Wellington, 4, e Davy, 1 ano e 5 meses, e também não tem com quem deixar as crianças. Ela acredita que a unidade que está sendo erguida em frente à sua casa, no Conjunto Naval, na Vila São José, seria a resolução dos seus problemas. A creche, em obras desde 2012, deveria ter ficado pronta no início deste mês, o que não aconteceu.

Esta não é a primeira vez que a entrega do equipamento educacional atrasa. A promessa inicial era que a creche, que atenderá 180 crianças com idade entre zero e 3 anos, ficasse pronta em agosto de 2013. No entanto, os trabalhos ficaram paralisados por cerca de um ano e meio e, após retomados, caminharam a passos lentos. Em setembro do ano passado, quando o segundo prazo para entrega chegou ao fim, o prefeito Lauro Michels (PV) publicou outro aditivo do contrato, com a prorrogação da entrega por seis meses, período extrapolado no início do mês.

Em visita ao local na tarde de ontem, a equipe do Diário constatou que a construção está em fase de acabamento. Pelo menos três funcionários da empreiteira Porto Construções e Projetos Ltda trabalhavam na pintura interna do espaço. Pelo lado de fora, é possível verificar também que faltam ser colocados os vidros das janelas e o mobiliário.

“O que mais tem aqui é criança esperando por vaga na escola. Eu mesma cuido de duas (uma com 1 ano e 10 meses e outra com 3 anos) para que os pais possam trabalhar. É uma vergonha demorar tanto tempo em uma obra enquanto a população sofre”, destaca a costureira Iracilda Costa, 54. Em Diadema, pelo menos 4.000 crianças passam pelo mesmo problema: aguardam oportunidade de estudar.

A justificativa dada anteriormente pela Prefeitura para o atraso foi a morosidade da União e da Caixa Econômica Federal na liberação dos repasses. A obra, que tem previsão inicial de custar R$ 2,6 milhões, foi contratada na gestão do prefeito Mário Reali (PT) mediante parceria entre as duas esferas. As informações sobre prazos e custos da unidade de ensino, que deveriam estar expostas na placa localizada em frente à obra, foram apagadas. Procurada, desta vez a administração não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta edição.




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