Setecidades Titulo Chuvas
Enchentes tomam as ruas e uma pessoa desaparece

Vítima foi arrastada na Avenida Guido Aliberti;
Mauá foi cidade com mais pontos de alagamento

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
Natália Scarabotto
especial para o Diário
16/02/2016 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


Três horas de chuva intensa. Esse foi o tempo necessário para que vias do Grande ABC ficassem debaixo d’água ontem. O temporal afetou principalmente Santo André, São Bernardo, São Caetano e Mauá, que registraram 18 pontos de alagamento, sete quedas de árvores, três deslizamentos de terra, carros submersos e congestionamentos. Ao menos uma pessoa está desaparecida após ser arrastada pela correnteza do Ribeirão dos Meninos, na Avenida Guido Aliberti, em São Caetano.

Enquanto isso, o mapeamento de pontos críticos prometido pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e elaborado pela KF2 Engenharia e Consultoria, ao custo de R$ 1,2 milhão, tem previsão para ser entregue só em março, no fim do período chuvoso.

Em São Caetano, equipes do Corpo de Bombeiros realizam buscas do corpo de Amadeu Gomes de Moura, 55 anos. O proprietário de ferro-velho está desaparecido desde o fim da tarde de ontem após ser arrastado pela correnteza do Ribeirão dos Meninos. “Com outras duas pessoas ele tentava ajudar uma senhora que havia caído no rio. Depois que conseguiram tirá-la, meu tio ficou esperando uma corda, mas como a água estava forte, acabou sendo levado pela correnteza”, relata o sobrinho da vítima Henrique Leonardo, 25. Segundo o Corpo de Bombeiros, três equipes do Grande ABC e mais uma da Capital realizam as buscas. Até o fechamento desta edição, ele não havia sido encontrado.

Em São Bernardo, a região mais alagada foi justamente a que concentra obras inacabadas do Projeto Drenar, incluindo o piscinão do Paço. As intervenções deveriam ter sido finalizadas em 2015.

Na área, comerciantes da Rua Marechal Deodoro enfrentaram cenário caótico. “Bastaram 30 minutos de chuva para a água invadir a loja. Tivemos que fechar as portas para limpar tudo. Temos prejuízo com isso, pois ganhamos em cima de comissão”, relata a vendedora Marilceia Lopes, 22.

Na Avenida Doutor Rudge Ramos, próximo à Universidade Uniban/Anhanguera, motoristas que deixaram carros estacionados na via relatavam perda total. “Quando vi a água já estava no para-brisa. Me assustei muito, principalmente por conta da minha mulher”, relata o ferramenteiro Carlos Pinto de Almeida, 64.

Em Santo André, onde foram registrados quatro pontos de alagamento, um deslizamento e a queda de muro de um conjunto habitacional, moradores relataram angústia com a forte chuva. A água invadiu o quintal da dona de casa Rita Emília da Silva, 63. Ela ficou ilhada em sua própria residência. “Quando começa a chover tranco a porta e fico lá dentro porque toda vez fica assim: ninguém entra e ninguém sai. Só se for de bote.”

Segundo o prefeito Carlos Grana (PT), a cidade tem empenhado esforços para diminuir os impactos das chuvas. “Com as obras de drenagem e limpeza, como as do córrego da Avenida das Nações, resistimos melhor às chuvas agora. Tivemos diversos pontos com enxurradas e outros problemas, mas foram consequências menores que as que sofremos nos anos anteriores."

Já em Mauá, município mais afetado por alagamentos, os pontos se concentraram principalmente nas avenidas Barão de Mauá e Presidente Castelo Branco. Carros chegaram a ficar submersos na frente da Prefeitura da cidade.

Usuários do sistema da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitano) também foram prejudicados. A Linha 10 – Turquesa teve a operação paralisada entre as estações Prefeito Celso Daniel – Santo André e Guapituba durante o período da tarde.

Para hoje, a previsão é de mais pancadas de chuva, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A mínima prevista é de 22ºC e a máxima, 30ºC.

 

Unidades de Saúde mauaenses são invadidas pela água suja

 

Em Mauá, cidade da região que foi mais atingida pelas enchentes ontem, a água invadiu unidades de Saúde e prejudicou o atendimento de pacientes. Pelo menos dois locais foram afetados: o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Barão de Mauá.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que o AME permanecerá fechado hoje para garantir a segurança dos pacientes e funcionários. A previsão é normalizar o atendimento no local a partir de amanhã.

Ainda conforme a Pasta, os pacientes com consultas, exames e/ou procedimentos agendados para hoje seriam comunicados pelos funcionários do AME e da Cross (Central da Regulação da Ofertas de Serviços de Saúde) e teriam as datas remarcadas.

Outro local que ficou cheio de água foi a UPA Barão de Mauá, na Avenida Barão de Mauá, 3.567, no bairro São João. A sala onde pacientes tomavam medicação foi atingida.  




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