Economia Titulo Indústria
Papaiz é vendida para grupo sueco

Multinacional Assa Abloy adquire fábricas de
fechaduras e esquadrias da cidade de Diadema

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
30/12/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O grupo Papaiz fechou acordo com a companhia sueca Assa Abloy para a venda da fabricante de fechaduras e cadeados Papaiz, sediada em Salvador e com unidade em Diadema, e da indústria de esquadrias Udinese, localizada no município da região. As duas empresas adquiridas somam faturamento anual líquido de R$ 220 milhões.

O negócio (o valor não foi divulgado) deve ajudar a empresa europeia a ampliar sua participação no País. Líder mundial em fechaduras e itens para segurança de portas, com 44 mil empregados e operações em mais de 70 países, com vendas anuais de cerca de 57 bilhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 26,58 bilhões), a Assa Abloy também deverá assumir a primeira posição no mercado brasileiro, onde já detém o controle da La Fonte e da Silvana, que atuam no setor.

A presidente do grupo Papaiz, Sandra Papaiz, explica que o trabalho para a efetivação do negócio levou alguns anos e envolveu consultoria externa da Bain & Company. “Começamos a analisar o futuro do segmento no mundo, e vimos que todas as fábricas familiares praticamente já tinham sido vendidas, por causa da globalização, que gerou concentração em empresas multinacionais. Aí começamos a buscar companhias estrangeiras que poderiam ter interesse por nossas fábricas. Faltava para a Assa Abloy uma indústria de fechaduras de nível médio, que atuasse muito no varejo, e também de esquadria de alumínio, que é o que a Udinese faz”, explicou.

Sandra faz questão de ressaltar que devem ser mantidos os 500 empregos das duas fabricantes em Diadema. Além da Udinese, que produz esquadrias na cidade, a empresa de fechaduras Papaiz – que transferiu quase toda sua produção para a Bahia em 2008 – ainda tem parte de sua atividade na região.

Ela acrescenta que o negócio traz a possibilidade de as duas companhias crescerem com escala global e tecnologias mais modernas. “Estávamos preocupados em não dar conta, porque, como empresa familiar, temos limitações. Resistimos muito contra os chineses, mas a coisa começa a ficar desigual, porque há grupos muitos grandes, e começávamos a ficar muitos pequenos, como um barquinho no oceano”, diz.

Por sua vez, a empresa familiar vai manter sua presença em Diadema, e reforçar esforços, por exemplo, em operações imobiliárias – já tem, há alguns anos, condomínio de galpões para a área logística em frente à Rodovia dos Imigrantes, e permanecerá dona das instalações das duas empresas negociadas, que serão alugadas para a Assa Abloy. “E é até possível que (a companhia sueca) traga mais coisas para Diadema; quero falar com o prefeito (Lauro Michels) e com o sindicato (dos Metalúrgicos do ABC), para incentivá-la a isso”, disse Sandra, se referindo à possibilidade de o grupo sueco produzir mais itens no Brasil. 




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