Vereadores aceitam conclusão que aponta infração do prefeito de Diadema em prédio da Tecnisa
A Câmara de Diadema aprovou ontem relatório da CPI da Tecnisa que culpa o prefeito Lauro Michels (PV) e a empreiteira pelo não cumprimento de legislação municipal que determinava a construção de rua para escoamento entre as avenidas Fábio Eduardo Ramos Esquível e Ulysses Guimarães, no bairro Piraporinha.
Documento paralelo, elaborado pelo oposicionista Josa Queiroz (PT), recebeu 11 votos favoráveis contra nove e será encaminhado ao Ministério Público e Polícia Civil, solicitando investigação na obra. A Prefeitura também receberá laudo conclusivo.
O relatório recebeu o crivo da bancada do PT – composta por seis vereadores –, Célio Boi (PSB), Vaguinho do Conselho (sem partido), Cida Ferreira (PMDB) e dos parlamentares do PRB, Ricardo Yoshio e Pastor João Gomes, cuja adesão era incerta, uma vez que se absteve em outras votações.
“O importante é ressaltar que não existem vencedores ou perdedores nesta votação. Existe aqui um trabalho sério, que pede apuração e punição aos responsáveis por infração à lei”, pontuou Josa.
Novamente superada, a bancada governista buscou não repercutir o revés. O líder de governo, Atevaldo Leitão (PSDB), apenas destacou “que a administração já procurou o MP para dialogar sobre trâmites da apuração”. Salientou ainda que espera apoio do governo em realinhar o arco de aliados. “Estamos em minoria e, por isso, não há o que fazer. O PRB, PSB e PMDB deixaram de nos apoiar”, adicionou.
A CPI da Tecnisa foi instaurada em 17 de abril, na Câmara, em pedido solicitado por Josa. A aprovação foi consentida após dez assinaturas. A comissão investigativa foi aprovada uma semana depois de reportagem publicada pelo Diário revelar que a Prefeitura e a Tecnisa desrespeitaram a LOM (Lei Orgânica do Município) ao não cumprirem acordo de contrapartida que previa construção de rua entre as avenidas Fábio Eduardo Ramos Esquível e Ulysses Guimarães para amenizar impacto viário.
Ao longo de quase seis meses, os parlamentares realizaram oitivas com integrantes do atual governo, da gestão de Mário Reali (PT) e da empreiteira. Solicitaram também documentos da construtora e da Prefeitura.
Diante dos trabalhos, o delegado supervisor do setor de investigações gerais da Delegacia Seccional de Diadema, Murilo Fonseca Roque, abriu inquérito civil para apurar o caso, chegando a convocar para depoimentos vereadores, técnicos da empresa e do Executivo.
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