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Cartunista do jornal francês Le Monde comenta caricaturas
Por Da AFP
03/02/2006 | 10:32
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O cartunista Plantu, que trabalha para o jornal francês Le Monde, afirmou que "é preciso sacudir a poeira, mas também ser respeitoso", comentando a indignação causada nos países muçulmanos pela publicação de charges e caricaturas do profeta Maomé na imprensa dinamarquesa.

Depois de ilustrar o tema com um desenho estampado na capa do Le Monde, Plantu declarou que “é um momento importante para se discutir a questão dos direitos humanos em torno da liberdade de expressão da imprensa e os chargistas devem enfrentar os desafios".

Depois de se encontrar em Nova York com Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas, Plantu está organizando com ele uma reunião internacional de cartunistas, principalmente do Oriente Médio.

Estão previstas ainda uma conferência e uma exposição em Nova York, Genebra e Atlanta. "Vamos tentar refletir entre os desenhistas sobre até que ponto se pode ir, afirmar nossas convicções políticas, mas nos colocar de acordo sobre o que possa evitar uma incitação ao ódio", disse.

Ao ser indagado sobre o desenho que publicou na capa do Le Monde - o profeta desenhado partir de frases que dizem “não devo desenhar Maomé" -, Plantu disse se tratar de "uma forma de dizer que a arte supera todas as proibições".

Liberdade - Grande parte dos jornais franceses invocou nesta sexta-feira a defesa da liberdade de imprensa na crise causada pelas caricaturas de Maomé, as quais vêm provocando protestos no mundo muçulmano.

"É uma autêntica onda de choque que mostra toda nossa razão para nos alarmar", disse o France Soir, primeiro jornal francês a publicar as doze caricaturas de Maomé em sua edição de quarta-feira, opção que custou a demissão do diretor de redação da publicação.

O jornal de esquerda L'Humanité se mostrou discreto sobre o tema e enfatizou a demissão do diretor do France Soir pelo proprietário do jornal, afirmando que "o ato é inaceitável porque a liberdade de expressão é um direito na democracia".

A maior parte da imprensa admite que os muçulmanos podem ter se sentindo ofendidos com as caricaturas de seu profeta, que, segundo as leis islâmicas, não pode ser representado graficamente. No entanto, os jornais franceses publicaram várias linhas sobre a necessidade de se respeitar à liberdade de imprensa.

Mesmo com as manifestações mulçumanas, o jornal Libération decidiu publicar nesta sexta-feira duas das 12 caricaturas de Maomé apenas como documentos de prova e após um longo debate na redação, explicou a publicação.




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