Esportes Titulo 1 a 0
Timão faz a festa na casa do Verdão

Alvinegro sai na frente e, mesmo depois da expulsão
de Cássio, segura o bom resultado no Allianz Parque

Por Vinícius Ramalho
Especial para o Diário
09/02/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


No primeiro clássico realizado no Allianz Parque, o Palmeiras parecia não querer receber a visita de um velho rival. Mesmo assim, o Corinthians bateu na porta, e mesmo com um time misto – pensando na Copa Libertadores –, aproveitou como aquele famoso bicão, que chega e toma conta da festa. Com gol de Danilo, venceu (1 a 0) e agora segue para enfrentar o Once Caldas ainda mais forte.

O primeiro tempo iniciou com o Palmeiras querendo mostrar que mandava em sua casa e, empurrado pela torcida, tinha mais posse de bola, mas pouco assustava o goleiro Cássio. Mas aos poucos o Corinthians foi equilibrando a partida e o primeiro lance de perigo foi dos visitantes que, aos 15 minutos, chegaram com Edilson, em chute de longe. Fernando Prass espalmou e Guerrero marcou, mas estava impedido.

O Corinthians parecia mesmo querer se mostrar um visitante indigesto e chegou novamente com o volante Bruno Henrique, que acertou a trave. O Alviverde respondeu com Vitor Hugo, em cabeceio que obrigou Cássio a fazer grande defesa. A bola ainda resvalou no poste antes de sair a escanteio.

O zagueiro que poderia sair como autor do primeiro gol em clássicos disputados na nova casa palmeirense, acabou se tornando vilão. Aos 33 minutos, ele tentou recuar a bola para Fernando Prass, mas Petros chegou antes e cruzou para o predestinado Danilo, sem goleiro, abrir o placar: 1 a 0.

Para a etapa final, o técnico Oswaldo de Oliveira apostou na entrada de Dudu. Assim como na etapa inicial, o Palmeiras foi para cima em busca do empate e teve boa oportunidade em cobrança de falta de Zé Roberto e cabeceio de Vitor Hugo.

Se faltava algo para apimentar ainda mais o clássico, a jogada aconteceu aos 11. Em lances praticamente seguidos, o goleiro Cássio recebeu dois cartões amarelos por retardar o reinício de jogo e foi expulso.

Mesmo com um a menos, o Timão teve ótima oportunidade de matar o jogo, aos 33. Mendoza arrancou do campo defensivo, driblou Gabriel e disparou. Sozinho, tentou dar uma cavadinha e Prass defendeu.

Dois minutos depois, após cruzamento na área, o Palmeiras teve a grande chance de igualar. Após levantamento, a bola sobrou para Lucas, que chutou e Walter fez grande defesa com o pé.

No fim, nem mesmo os seis minutos de acréscimo foram suficientes para que o Palmeiras impedisse a festa corintiana no Allianz Parque.


Danilo rege o Corinthians diante do rival


Difícil pensar em um jogador tão decisivo em grandes jogos como o meia corintiano Danilo. Aos 35 anos, ele é daqueles que chega a ser contestado pelos torcedores em partidas que o time precisa agredir o adversário, pelo seu futebol cadenciado, mas também costuma brilhar em clássicos e deixar sua marca. Ontem, a história se repetiu e o meia foi o autor do gol que deu a vitória ao Corinthians, no primeiro confronto após a modernização da casa palmeirense.

O meia manteve nas palavras a cadência de dentro de campo e falou sobre mais um momento importante na carreira. “Tenho que agradecer a Deus. Venho esperando uma oportunidade há algum tempo e nada como uma partida desse porte para entrar. Um jogo grande, daqueles que gostam de jogar. Fui feliz de novo”, disse o jogador.

Atualmente, Danilo é apenas opção para o técnico Tite, que tem usado Jadson na armação do Timão.

O treinador, inclusive, preferiu não atribuir o mérito da jogada somente ao camisa 20. “Não posso tirar nenhum mérito do Danilo, que estava lá na hora certa, mas a jogada decorreu da marcação sob pressão feita pelo Petros, que roubou a bola e o serviu. Ele recebeu um presente. É claro que tem o mérito de estar lá, mas ele recebeu um docinho e ficou fácil (risos)”, brincou.

Enquanto procura mais espaço no time, Danilo vai ficando cada vez mais marcado como um jogador de decisão. E, se puder ajudar nesta temporada como fez ontem, certamente não há corintiano que vá reclamar. “Minha história sempre foi assim no Corinthians, espero continuar”, finalizou o meia.


Cássio reclama de expulsão e lembra empurrão de Petros
Goleiro afirma que não retardou reinício da partida , mas comemora superação do time alvinegro


Um dos personagens do dérbi de ontem na Arena Allianz Parque foi o goleiro Cássio. Primeiro, porque na etapa inicial fez grande defesa em cabeceio do zagueiro palmeirense Vitor Hugo. Depois, por tomar dois cartões amarelos seguidos e deixar o Corinthians com um jogador a menos durante quase todo o segundo tempo.

Questionado após a partida sobre a expulsão, o goleiro contestou a decisão do árbitro Raphael Claus, que o puniu por fazer a famosa cera. “Se o árbitro fosse correto, minha expulsão poderia ser evitada. No primeiro lance, ele me autorizou amarrar a chuteira e me deu amarelo. No segundo lance, eu não vi a bola, não tenho porque mentir. Acho que ele caiu na pilha da torcida. Se ele apitar Libertadores com time argentino, vai expulsar o time titular e o reserva, pela cera que os caras fazem”, comentou.

O jogador fez questão de agradecer aos seus companheiros e ao goleiro Walter, que entrou e fez importante defesa em chute de Lucas que poderia ter resultado no empate palmeirense.

Cássio também fez questão de lembrar que o árbitro escolhido para o clássico foi o mesmo que acabou envolvido em polêmica com o volante Petros, em clássico contra o Santos, durante o Brasileirão de 2014.

“Eu não descarto uma marcação ao Corinthians devido ao lance do Petros no ano passado. Ele é um árbitro rodado, já apitou uma final nossa de Paulista. Agora passou. Vamos pensar no próximo jogo”, finalizou o goleiro corintiano.


Dudu diz que poderia ser titular e Oswaldo se irrita com o tema


Um dos reforços mais comemorados pela torcida palmeirense, Dudu ficou no banco de reservas e só entrou na etapa final do clássico. O jogador não quis entrar em polêmica com o novo treinador, mas deixou claro que poderia ser um dos titulares do Verdão. “No jogo passado eu suportei os 90 minutos, mas hoje (ontem) fiquei no banco por opção do treinador. Temos de saber respeitar”, disse o atacante.

Oswaldo de Oliveira mostrou irritação quando questionado sobre a opção por Maikon Leite. “Não entendo bem porque essa coisa do Dudu, se eu não coloco o jogador para iniciar a partida, tenho motivo. Vejo todo dia o jogador treinar. Sabia que se ele iniciasse, não conseguiria acabar bem. Guardo uma arma. Respeitem minha opinião, sei o que estou fazendo”, afirmou.


Clima de guerra antes e depois do jogo


Depois de muita polêmica durante a semana, com a decisão do Ministério Público que tentou impedir a presença da torcida do Corinthians no clássico, o clima de tensão tomou conta dos arredores do Allianz Parque.

Quem chegou cedo, conseguiu aproveitar o clima, como o empresário andreense Cássio Eduardo Barbosa, 36 anos.

“Quem é apaixonado assume os riscos. Costumo trazer meus filhos e acho que fazer os jogos com torcida única não resolve o problema de violência entre as torcidas. Isso passa por educação e outras medidas”, analisou o palmeirense.

Opinião parecida a do fisioterapeuta corintiano Rodrigo Ribeiro, 40. “Cresci indo a jogos no Morumbi, no Pacaembu, com torcida dividindo os estádios. O que coíbe a violência são leis severas e não torcida única”, analisou o torcedor já dentro do estádio, no espaço reservado à torcida visitante.

Foi justamente quando os coritianos chegaram ao estádio, cerca de uma hora antes do apito inicial, o momento de maior tensão. Torcedores do Palmeiras que estavam na Rua Turiassu tentaram ir em direção ao setor reservado aos visitantes para um confronto e a polícia utilizou bombas de efeito moral e muitos tiros de borracha. A briga só foi controlada meia hora depois, mas o cenário em torno do estádio era horrível, com grades derrubadas e rojões jogados ao chão. Torcedores foram vistos recebendo atendimento em ambulâncias, mas não foram divulgados os números de feridos durante a confusão.

Após o jogo também foi possível ver sinais de destruição no setor reservado à torcida do Corinthians. Banheiros foram pichados em provocação ao rival e cadeiras foram quebradas e arrancadas do piso, em um cenário que infelizmente não é tão novo no futebol brasileiro.
 




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