Tão disputado quanto o curso de graduação, o curso técnico – que forma profissionais com qualificação básica – representa para muitos uma forma de entrar no mercado de trabalho. Entre os principais fatores que atraem os candidatos estão as baixas cargas horárias e as grades curriculares aprofundadas, dosadas com teoria e muita prática, uma alternativa para quem não cursou ensino superior.

A boa aceitação dos cursos técnicos não é por acaso. Um estudo realizado pelo Senai-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo) aponta que 85% dos alunos egressos dos cursos técnicos estão empregados após um ano de conclusão.

No campo da aprendizagem industrial houve 23.241 matrículas no ano passado. Segundo a diretora do Senai Mario Amato, de São Bernardo, Sílvia Helena Carabolante, o objetivo é preparar jovens com ensino fundamental completo para fazer parte da mão-de-obra das fábricas. “Como são gratuitos, focados na prática, e com duração de até dois anos, os alunos ficam preparados mais rapidamente. Trabalhamos junto com as indústrias para suprir as necessidades de mercado.”

A busca pela boa colocação dos alunos no mercado é o que objetiva o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). Segundo a gerente da unidade Santo André – única do Grande ABC –, Glaudisséia Alves Furlan, são 58 cursos técnicos (incluindo as especializações) em diversas áreas, com duração entre um e dois anos, onde a média das parcelas dos cursos gira em torno de R$ 350. “Estamos na região desde 1964. Desde então as pessoas vêm buscar habilitação técnica visando sempre uma empregabilidade rápida”, conta.

Segundo Glaudisséia, os cursos mais procurados são os voltados a informática e logística. “As empresas vêem buscar na nossa unidade alunos para atuarem já. Prova que o mercado tem carência de pessoas bem preparadas e que saibam aplicar a teoria na prática.”

A consultora de recrutamento e seleção da Manager, empresa de Recursos Humanos, Carla Taverneiro, avalia que o mercado acolhe muito bem os profissionais com curso técnico. “O saber fazer é muito valorizado pelas empresas. Tanto é que há pessoas que após cursarem o nível superior, acabam fazendo um curso técnico.”