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Croácia contraria receita do sucesso para surpreender com lugar na final

Equipe teve de superar falta de técnico, jogador cortado por indisciplina e três prorrogações

Por Anderson Fattori
15/07/2018 | 07:00
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 Esqueça as ideias consolidadas e que funcionam como espécie de receita para se obter sucesso no futebol, como planejamento e trabalho a longo prazo. Finalista da Copa, a Croácia provou mais uma vez que a confiança em alta, o momento favorável de grandes jogadores e a superação física podem prevalecer sobre qualquer coisa.

Analisando a preparação da seleção, nem o mais otimista dos croatas poderia imaginar que o país escreveria o capítulo mais importante da sua história em Copas na Rússia.

Para entender é preciso retroceder a 7 de outubro de 2017. Oito meses desempregado após ser demitido do Al-Ain, dos Emirados Árabes, o técnico Zlatko Dalic recebeu ligação de Davor Suker, presidente da Federação Croata de Futebol, o convocando para uma missão. Em 48 horas a seleção teria jogo decisivo contra a Ucrânia por vaga na repescagem e estava sem técnico. Sem titubear, falar sobre salários ou contrato, Dalic aceitou.

Pouco tempo depois se encontrou com os jogadores no aeroporto. Os conheceu e, assim, armou o plano de jogo da vitória por 2 a 0 sobre os ucranianos, em Kiev, que levou os croatas para a repescagem, contra a Grécia, quando garantiu a vaga sem muitas dificuldades.

A caminhada até a Rússia teve tropeços para o Peru e a derrota para o Brasil nas vésperas da abertura, o que gerou desconfiança da imprensa croata. Na estreia, nos 2 a 0 sobre a Nigéria, Kalinic foi chamado por Dalic para entrar aos 40 minutos da etapa final, se negou e foi cortado, mostrando que o clima não era dos melhores.

Na Copa, a confiança aumentou à medida em que os resultados apareceram e isso foi determinante para o time superar as três prorrogações antes do duelo de hoje, contra a França.

PRESENÇA FEMININA
Se vencer hoje, a Croácia permitirá a Iva Olivari se tornar a segunda mulher a erguer a taça da Copa. Chefe da delegação, ela pode igualar Silvia Dorschnerova, que integrou a comissão técnica da Espanha no título do Mundial de 2010.

Mandzukic, homem de gols importantes
Luka Modric tem grande importância para a seleção da Croácia num contexto geral, mas não fosse o faro de artilheiro de Mario Mandzukic, pode ser que a caminhada dos croatas à decisão tivesse sido interrompida nas semifinais. O centroavante estava no lugar certo e na hora certa para, no segundo tempo da prorrogação contra a Inglaterra, marcar o gol que deu a vitória à equipe xadrez. E ontem, na coletiva pré-jogo, o técnico Zlatko Dalic rasgou elogios ao camisa 17.

“Mario é um jogador brilhante, tem uma grande carreira e muitos troféus. Sempre dá o seu melhor, nunca para, é um incrível guerreiro. Todo técnico deveria ter um jogador como ele no time”, declarou o comandante croata.

Atualmente na Juventus, será companheiro de Cristiano Ronaldo no clube italiano, pelo qual conquistou o tricampeonato nacional e três Copas da Itália. No Dínamo de Zagreb, foi tricampeão croata, enquanto no Bayer de Munique venceu duas vezes o Campeonato Alemão, uma vez a Liga dos Campeões e ainda o Mundial de Clubes.

E foi justamente no clube da Alemanha que jogou ao lado do holandês Arjen Robben que ontem, à Fifa, também não poupou predicados ao ex-colega de time. “É um cara incrível. Não consigo encontrar palavras suficientes para elogiá-lo. É um real exemplo de grande jogador e é um guerreiro também. Sempre marca gols em jogos importantes. Estou feliz em ver ele e este incrível time croata na final”, disse.




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